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Setor teme concorrência maior dos importados
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
A provável valorização do
real ante o dólar por conta da
entrada de mais capital estrangeiro no país, como reflexo de o
Brasil ter conquistado o "investment grade", vai estimular
ainda mais a importação.
"Podemos afirmar que há
descontrole na importação antes de o real se valorizar ainda
mais. O setor plástico, por
exemplo, já importa mais do
que exporta", diz Merheg Cachum, presidente da Abiplast.
Representantes de indústrias consultados pela Folha
não duvidam de que o "investment grade" tornará as empresas mais competitivas com a
tendência de o custo do financiamento diminuir para o país.
Mas temem que, sem medidas para compensar a valorização do real, os exportadores
poderão perder mercado no
exterior, e os que produzem
para o mercado interno vão enfrentar concorrência ainda
mais feroz dos importados.
O setor de carnes, que perdia
rentabilidade com a valorização do real, conseguiu compensações nos últimos 24 meses
com a recuperação dos preços
internacionais. Mas uma nova
baixa do dólar pode voltar a
comprometer o desempenho
das empresas, diz Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente da Abiec (Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
Jackson Schneider, presidente da Anfavea, diz que a taxa de câmbio flutuante é um
dos fundamentos da política
macroeconômica bem-sucedida no Brasil. "Mas tem de haver
uma análise cuidadosa para poder compensar a apreciação do
real com medidas e investimentos que possam reduzir
ineficiências da economia."
A área de máquinas estampa
o efeito corrosivo da desvalorização do real. Segundo José
Velloso, vice-presidente da
Abimaq, as indústrias do setor
historicamente sempre exportaram 40% do que produziram.
Em 2007, esse número caiu a
33%. Nos primeiros meses deste ano, a 30%, diz.
(FF e GF)
Colaborou MAURO ZAFALON , da Redação
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