São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Ata do Copom e inflação são os destaques na semana

Nos Estados Unidos, índice de desemprego sai na sexta

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana carregada de eventos econômicos tende a trazer mais oscilação ao ainda instável mercado financeiro.
A agenda brasileira terá como destaques a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e a divulgação do IPCA de abril.
Nos EUA, uma série de indicadores estão na pauta da semana, sendo o grande destaque a apresentação da taxa de desemprego no país em abril, que ocorrerá na sexta-feira. O mercado espera que o desemprego tenha subido de 8,5% para 8,9% no mês passado. A taxa de março já era a maior desde 1983.
Hoje e amanhã os Estados Unidos apresentarão outros dados, como os de vendas de imóveis pendentes, gastos com construção e o índice de atividade do setor de serviços (medido pelo instituto ISM).
"A semana engloba a divulgação de vários indicadores além dos tradicionais, com destaque para os dados de emprego e crédito ao consumidor nos EUA. Isso impõe ao mercado a ansiedade de ver a continuidade de indicadores em recuperação, como também um reflexo não tão perverso nos resultados das empresas como se esperava no final de 2008", afirma Ricardo Tadeu Martins, da corretora Planner.
A quinta-feira terá uma série de indicadores a serem conhecidos. Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) e o BC britânico vão decidir como ficam suas taxas de juros. A novidade deve vir do BCE que, espera-se, reduza sua taxa básica de 1,25% para 1% ao ano.
Nesse dia vão ser apresentados nos EUA dados de produtividade e do custo da mão-de-obra no país, além dos novos pedidos de seguro-desemprego e o nível de crédito destinado ao consumidor.
No Brasil, o destaque fica por conta da apresentação da ata da última reunião do Copom. O documento vai trazer explicações sobre os motivos que levaram os diretores e o presidente do BC a decidirem por uma redução de 1 ponto percentual na taxa Selic, de 11,25% para 10,25% anuais.
A magnitude da redução da taxa de juros ficou dentro das projeções do mercado financeiro. Assim, o que mais interessa ao mercado são os sinais do futuro da política monetária que a ata deve trazer.
Por enquanto, a expectativa do mercado é a de que a taxa básica alcance os 9,25% até o fim de 2009. Mas ainda há muitas dúvidas entre os analistas sobre o quanto os juros poderão ser reduzidos sem representarem um risco de pressão inflacionária para o país.
"Com a economia ainda debilitada e necessitando de estímulos adicionais para reagir, o BC poderá ainda promover ajustes adicionais para baixo na taxa básica de juros. Trabalhamos com um novo corte de 1 ponto em junho e uma última redução de 0,25 ponto em julho, o que deixaria a Selic em 9% ao ano, patamar na qual seria mantida até o final do ano", avalia a equipe econômica do banco Schahin.
"De todo modo, a leitura da ata poderá fornecer indícios dos passos seguintes da política monetária que, entretanto, estarão muito condicionados à evolução dos indicadores econômicos até a reunião de junho", completa a análise.
Na sexta-feira, será a vez de ser conhecido o IPCA de abril. O mercado projeta que o indicador de preços aponte elevação de 0,48% no mês -após ter subido 0,20% em março.
O IPCA é o índice de inflação mais aguardado pelo mercado financeiro. Isso porquê o IPCA é utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação. E para a taxa básica de juros continuar em queda, a meta não pode ser ameaçada.


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