São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Indústria têxtil brasileira define países-alvo para exportação

A indústria têxtil brasileira fez uma lista de 13 países que serão alvo de exportação nos próximos dois anos. China, Austrália e Grécia são os potenciais novos mercados do setor.
Para incentivar as vendas de produtos têxteis para esses e outros dez países (Colômbia, México, Argentina, Angola, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Itália e Emirados Árabes), a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) assina hoje convênio de dois anos com a Apex-Brasil, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para a China, as indústrias brasileiras exportarão produtos de maior valor agregado, para público de alto poder aquisitivo. Para a Austrália, a venda se concentra em roupas infantis e, para a Grécia, em artigos de cama, mesa e banho e linha praia.
"Estamos nos preparando para elevar a participação do Brasil, que é menor do que 1%, no comércio têxtil mundial", diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit. O convênio envolve o valor de R$ 44 milhões, divididos entre empresários e governo para bancar participação de profissionais em feiras e eventos.
As 518 empresas que fazem parte do programa Texbrasil (de exportação de moda brasileira) deverão exportar cerca de US$ 460 milhões neste ano -5% mais do que em 2009.
A indústria também se prepara para vender mais no Brasil. O consumo anual no país de fibras, usadas na produção de roupas, artigos de decoração e outros, por habitante é de 11 quilos. "Por muitos anos o consumo ficou entre 9 quilos e 10 quilos. Se o setor crescer 6%, o consumo de fibras vai superar 11 quilos ao ano por habitante."
Os empresários se animam com pesquisa da A.T. Kearney, que, pela segunda vez, coloca o Brasil como país mais promissor para investimentos do varejo mundial de vestuário. A pesquisa considera tamanho de mercado, perspectiva de crescimento e gasto por habitante.

ÍTALO-BRASILEIRO

A Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior) acaba de fechar acordo com a associação italiana Brazil Planet com o objetivo de incrementar o comércio bilateral entre os dois países. "Já existem alguns negócios bem adiantados, prestes a serem fechados, nas áreas de cosméticos, autopeças e curtumes", diz Roberto Segatto, presidente da Abracex. Os negócios entre Brasil e Itália têm sido modestos, com a maior parte das exportações de produtos primários, segundo Segatto. A Brazil Planet foi criada por empresários em 2009, em Milão. "O acordo consolidará o comércio entre o Brasil e a Itália. Vamos focar as exportações brasileiras de manufaturados, de bens de maior valor agregado", diz Giacomo Guarnera, representante da Brazil Planet no Brasil. Do ponto de vista da Itália, a meta principal é ampliar o mercado por meio de joint ventures com empresas brasileiras, segundo Guarnera.

CARIOCA NO CINEMA

O Grupo Severiano Ribeiro/Kinoplex inicia neste mês seu plano de expansão de R$ 75 milhões, que inclui 52 novas salas de cinema, em oito complexos, até o primeiro semestre de 2011. Do total investido, R$ 40 milhões serão destinados ao Rio, que, segundo Luiz Gonzaga de Luca, diretor-superintendente da empresa, é o Estado que hoje concentra as melhores oportunidades de investimento no setor. "É mais barato ter cinema no Rio por causa da legislação estadual, que isentou os equipamentos do ICMS." O primeiro empreendimento desse projeto, no Shopping Vila Olímpia, em SP, terá sete salas, que juntas somam investimento de R$ 9 milhões. Os demais serão em Brasília, Campo Grande, Maceió, Manaus, Rio e Nova Iguaçu. Todos terão ao menos uma sala com exibição 3D. A empresa tem hoje 213 salas no país. Para de Luca, o acesso ao cinema no Brasil ainda é baixo pois enfrenta gargalos, como direitos autorais e meia entrada, que atrasam os investimentos. "O México tem 4.500 cinemas, contra 2.100 no Brasil. O país sofre dificuldades no mercado, que impactam a lucratividade e se refletem no número de salas. A maior questão é excesso de normas, além do direito autoral, que é dos mais caros do mundo."

PIB da construção deve crescer 8%, diz consultoria

Após amargar retração de 6,3% no ano passado, o PIB da construção deve apresentar forte expansão neste ano.
De acordo com estudo elaborado pela RC Consultores, o setor irá registrar crescimento de 8% neste ano e de 5% no ano que vem.
"A manutenção dos juros reais em patamar relativamente baixo e a expansão contínua do crédito e da massa real de rendimentos irão impulsionar o crescimento", afirma Fábio Silveira, sócio da RC.
De 2004 a 2009, o PIB da construção apresentou crescimento médio anual de 3%.
O aumento da confiança, aliado à ampliação da oferta de crédito, levou ao aquecimento da demanda por imóveis residenciais, de acordo com a RC.
A consultoria estima que o financiamento imobiliário pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) deve dobrar em 2011. No ano passado, o volume foi de R$ 34 bilhões e no ano que vem deve chegar a R$ 66,4 bilhões.
O bom dinamismo do mercado de imóveis comerciais, sobretudo fora do eixo São Paulo-Rio, e o avanço de obras de infraestrutura também aquecem o setor, de acordo com Silveira.

FOGÃO E GELADEIRA
A Whirlpool Latin America contratou 2.100 novos colaboradores para suas unidades fabris em Rio Claro (SP), Manaus (AM) e Joinville (SC) para atender a demanda do setor de linha branca, nos quatro primeiros meses deste ano.

VIZINHANÇA
A Proexport Colômbia, organização responsável por promoção comercial no país, promove hoje seminário sobre investimento no setor de autopeças na Colômbia, para incentivar empresas brasileiras a se instalarem e produzirem no país.

RENDA
O Banco do Brasil liderou três dos rankings da Anbima em março. Nos rankings de originação e de distribuição de renda fixa no mercado doméstico, o banco ficou com R$ 3,4 bilhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. No de emissões de títulos de dívidas no mercado internacional, o BB liderou com operações de US$ 2,9 bilhões.

DE MUDANÇA
Malu Barretto, que passou os últimos quatro anos na L'Oréal, onde comandou a divisão de luxo e cuidou de 16 marcas como Ralph Lauren, Lancôme e Yves Saint Laurent, deixa a empresa. A executiva vai tocar novos projetos na Prole Gestão de Imagem em trabalhos como a Semana de Arte do Rio de Janeiro, com curadoria de Vik Muniz.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FÁTIMA FERNANDES


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