São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2010 |
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entrevista "Risco maior para Portugal é especulação"
NATÁLIA PAIVA
FOLHA - Qual é o risco de Portugal virar a próxima Grécia? RICARDO REIS - O problema grego é um problema clássico de finanças públicas. Portugal não tem um grande problema do tipo. A subida no deficit em 2009 [de 2,7% para 9,4% em 2009] se deve a dois fatores: as eleições -e o resultante aumento em algumas despesas públicas e a relutância em subir impostos- e a crise. Mantendo-se os planos atuais do governo, não será difícil chegar a pelo menos um deficit de 4% nos próximos dois a três anos. Logo, Portugal não é a Grécia nem será no que diz respeito a problemas de contas públicas. Agora, Portugal tem um outro problema: o pouco crescimento. Isso implica que o país no seu todo, e não só o setor público, tem se endividado na última década e depende do financiamento exterior para manter seus níveis de consumo. Se Portugal não crescer nos próximos cinco anos, voltando ao que seria "normal", então terá de fato dificuldades grandes em pagar as suas dívidas. Mas é um problema de médio prazo. FOLHA - Qual é o risco agora?
FOLHA - Então, o sr. crê que o
plano de arrocho do governo,
antecipado de 2011 para este
ano, funcionará?
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