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Empresário nega que taxa tenha sido discutida
DA REPORTAGEM LOCAL
Passadas semanas de manifestações de distintos setores, como
a Fiesp, e até discurso do vice-presidente da República contra a política de juros altos do governo,
uma ala do empresariado brasileira, representada pelo Iedi, preferiu poupar o governo de novas
críticas ao final de um encontro
de quase duas horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Porta-voz da comitiva, o empresário Ivoncy Ioschpe (grupo
Ioschpe), presidente do Iedi, disse
que a taxa Selic (a taxa básica de
juros) é um "número técnico e
que, no dia-a-dia, diz muito pouco". "É a taxa que o Banco Central
cobra dos bancos, é a taxa primária dos juros, não atinge a você,
nem mim, nem a ninguém."
A discussão sobre juros extrapolou, nos últimos dias, o setor
produtivo, para dentro do governo. Primeiro foi a Fiesp, que sustentou que a manutenção dos juros no atual nível (26,5% ao ano)
compromete o ritmo de produção industrial até o início de 2004.
Na semana passada, em um seminário em São Paulo, um dos diretores da Fiesp, Roberto Faldini,
afirmou, diante do presidente do
BC, Henrique Meirelles, que o governo ""oficializa a agiotagem",
por meio das taxas de juros e do
sistema tributário. Anteontem, o
vice-presidente da República, José Alencar, (mais uma vez) fez declarações sobre os juros e defendeu que a decisão seja política, e
não técnica.
Além de não criticar o governo,
Ioschpe fez referência a declarações do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, de que, ""no
longo prazo as taxas cairiam".
Segundo Ioschpe, na reunião os
empresários trataram somente de
exportações e de como diminuir a
vulnerabilidade externa da economia.""Nosso endividamento é
três vezes superior ao total de exportações, quando o aceitável seriam duas vezes no máximo. O
mundo atravessa um período tumultuado, mas temos como aumentar as exportações e há sinais
disso com a abertura de novos canais com a Índia, China e Rússia",
disse o empresário.
""Viemos aqui para tratar de exportações", limitou-se a dizer
Paulo Cunha, do Ultra. ""Os senhores vieram acompanhados de
um ex-banqueiro [Fernão Bracher] . Não trataram de juros?",
indagou o repórter. ""Juros não
eram o tema do encontro", disse
Cunha.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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