|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEFONIA
Operadoras estudam oferecer pacotes e descontos para que os clientes não troquem de empresa e se mantenham "fiéis"
Fixo e celular começam união e promoções
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A sinergia entre a telefonia móvel e a celular, profetizada há anos
por especialistas, começou a
acontecer no Brasil. Operadoras
dos dois serviços iniciaram conversas e estão fechando acordos
para garantir descontos, ou mesmo ligações gratuitas, para clientes que "fidelizarem" o uso da telefonia fixa e da celular entre elas.
Já existe um caso concreto. A Oi,
operadora de celulares, permite
que até cinco clientes falem de
graça entre si pelos terminais móveis e também com um número
fixo que podem escolher da Telemar (operadora dona da Oi).
Uma família de cinco pessoas, por
exemplo, pode conversar por celular e ligar para sua casa gratuitamente.
Esse tipo de acordo evita que
usuários desistam dos telefones
fixos e migrem só para celulares, a
fim de reduzir custos. Essa migração é hoje uma das principais
preocupações dos executivos das
operadoras fixas no mundo. Já
ocorre em muitos países. No Japão, o grupo NTT tinha 60,3 milhões de linhas fixas em 1998. No
ano passado, o número caiu para
50,74 milhões. Já a operadora de
celulares do NTT aumentou o número de clientes de 66,7 milhões
em março de 2001 para 74,8 milhões no mesmo mês de 2002.
Para Jonio Foigel, presidente da
Alcatel (fabricante de equipamentos de telefonia), acordos entre operadoras fixas e móveis são
inevitáveis. "As operadoras fixas
estão com medo de perder clientes. O momento da sinergia é agora. Não é amanhã nem depois de
amanhã", afirma.
O caso Brasil
O Brasil deve ser um dos principais focos desses acordos de sinergia. A Abinee (associação das
indústrias eletroeletrônicas) prevê que no segundo semestre haverá mais celulares no país do que
telefones fixos. O que deve levar
as operadoras fixas a fazer acordos com as móveis. Há hoje 39,3
milhões de linhas fixas no país,
contra 36,3 milhões de celulares.
A tendência é que principalmente operadoras fixas e móveis
do mesmo grupo façam a sinergia. Estuda-se até mesmo garantir
os minutos de celulares pré-pagos
em telefones fixos.
Gilson Rondinelli, vice-presidente da Vivo (operadora de celulares que uniu empresas como a
Telesp Celular), afirma que a legislação brasileira favorece a existência de operadoras fixas, principalmente as que oferecem ligações de longa distância.
Isso porque a partir de 6 de julho os usuários de muitas operadoras de celulares terão de escolher o Código de Seleção de Prestadora (CSP) para fazer ligações
interurbanas. Um cliente da Vivo,
por exemplo, terá de discar 0,
mais um código de prestadora de
longa distância (como o 15 da Telefônica ou 21 da Embratel), além
do código da cidade e do número
do telefone, para fazer a ligação.
"É o único país do mundo onde
existirá isso", diz Rondinelli. A
Vivo tem entre seus sócios a Telefónica, que no Brasil é dona da
operadora fixa Telefônica, que
presta serviços de longa distância.
É usada pela Vivo. Questionado
se sua operadora fará acordos de
sinergia com a Telefônica a partir
de julho, para garantir a fidelização de clientes para as duas empresas, Rondinelli disse que está
estudando muitas possibilidades.
"Temos que analisar como a entrada do Código de Seleção de
Prestadora mexerá com o setor de
telecomunicações."
Texto Anterior: Demanda menor: Dilma quer rever projeto de criação de novas refinarias Próximo Texto: Vivo vai adaptar pacote de minutos Índice
|