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Namorado de estrelas é acusado de enviar US$ 1,2 bi
Hélio Laniado, preso no exterior, aguarda extradição para o Brasil; defesa nega crimes
Conhecido por seu relacionamento com atrizes e modelos famosas, ele é acusado por força-tarefa de ser campeão em remessas
DA REPORTAGEM LOCAL
Hélio Laniado foi um prodígio no mercado de dólar -e isso
não tem nada a ver com a sua
coleção de namoradas, uma lista que inclui as modelos Daniela Cicarelli e Mariana Weickert
e a atriz Carolina Ferraz .
Laniado foi um prodígio pelo
volume de dólares enviados ilegalmente para os EUA: US$ 1,2
bilhão entre outubro de 1995 e
junho de 2002. É o campeão de
remessas, de acordo com dados
da Força-Tarefa CC5.
Só para comparar: Antonio
de Oliveira Claramunt, o notório Toninho da Barcelona, condenado a 20 anos de prisão
quando se somam as penas dadas a ele por juízes de Curitiba e
São Paulo, enviou US$ 150 milhões entre outubro de 1997 e
janeiro de 1999.
Em uma única conta que Laniado mantinha nos EUA, controlada por uma "offshore"
chamada Watson, ele movimentou US$ 698,96 milhões,
segundo a Força-Tarefa CC5.
Em outras duas contas, em
que é acusado de operar com
Elliot Maurice Eskinazi, Márcio Sarquis Attie, Renato Maudonnet Jr. e Dany Lederman,
teriam transitado US$ 299,5
milhões. Eles dizem não ter feito remessas (leia texto abaixo).
A maior pena dada a um doleiro, no entanto, não foi a de
Toninho da Barcelona. Messod
Gilberto Samuel Benzecry, que
atuava em Manaus, foi condenado a 17 anos de prisão. Ele e
outros três sócios são acusados
de movimentar US$ 680,2 milhões em dois anos.
Os juízes que condenaram
Toninho da Barcelona -Fausto Martin de Sanctis, de São
Paulo, e Sérgio Moro, de Curitiba- não dão entrevistas, mas
suas penas altas parecem ter
um aspecto pedagógico. Além
de punirem crimes que eles
consideram graves, teriam como efeito colateral desestimular o mercado de dólar paralelo.
Os procuradores da Força-Tarefa CC5, que não querem
ver seus nomes divulgados por
serem contrários à personalização da investigação, consideram Laniado um caso clássico
da tolerância em relação a doleiros. Ele aparecia em revistas,
ao lado de Cicarelli, Luciano
Huck e Luciano Szafir, apresentado como "empresário".
Preso em agosto do ano passado em Praga, na República
Tcheca, Laniado aguarda extradição. Ele é acusado de lavagem
de dinheiro, formação de quadrilha e crime contra o sistema
financeiro.
(MCC)
Dany Lederman cumpriu a pena e obteve em 2019 a reabilitação criminal, benefício jurídico que restitui ao condenado a sua situação anterior à sentença, incluindo retirar de sua ficha antecedentes criminais.
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