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Efeito PCC estimula ainda mais a segurança privada
Após ataques em maio, empresas e condomínios reforçam sistemas de defesa
Busca por proteção física
e patrimonial não pára de crescer no Brasil, como reflexo do elevado índice
de criminalidade atual
Keiny Andrade/Folha Imagem
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Seguranças de empresa privada durante simulação de alerta |
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ataques do PCC (Primeiro
Comando da Capital) em São
Paulo estimularam ainda mais
as empresas de segurança privada, em expansão nos últimos
cinco anos.
Na semana que "parou" a cidade de São Paulo, empresas
reforçaram a segurança em
seus centros de distribuição de
mercadorias. Banqueiros, executivos e artistas pediram mais
"homens" em sua segurança
pessoal. E condomínios reforçaram o número de vigias e de
equipamentos de segurança.
A demanda por proteções
eletrônicas, como alarmes e
sistemas de câmeras, em fábricas, condomínios residenciais e
lojas subiu entre 15% e 20%, segundo informa a Belfort Segurança. "A população ficou amedrontada, pois viu um ato de
terrorismo em São Paulo", diz
Joffre Sandin, dono da Belfort.
A busca pela proteção física e
patrimonial não pára de crescer no Brasil, como reflexo do
alto índice de criminalidade no
país, segundo dez empresas
consultadas pela Folha.
No ano passado, as empresas
de segurança privada faturaram R$ 11,8 bilhões -R$ 1,3 bilhão a mais do que em 2004 e
R$ 3,5 bilhões a mais do que em
2003-, segundo a Fenavist (federação das empresas brasileiras de segurança privada).
"O setor tem crescido em
média 6% ao ano. O resultado
ocorre em razão da melhora da
economia, da sensação de insegurança gerada pelos altos índices de violência e criminalidade e pela limitação do poder
público em resolver a questão
da segurança no Brasil", informa Jerfferson Simões, presidente da Fenavist.
O Brasil tem cerca de 1.900
empresas regularizadas (registradas na Polícia Federal), que
empregam 425 mil vigilantes.
As clandestinas empregam o
triplo, segundo estimativas de
empresas do setor.
A onda de violência em São
Paulo levou empresas e residências a contratar o que chamam de "segurança de emergência". "A demanda por segurança nas residências aumentou entre 20% e 25% após os
ataques do PCC", afirma José
Wilson Jr., gerente comercial
da Homens de Preto Segurança
e Vigilância.
Condomínios e fábricas optaram por aumentar o número
de seguranças em suas áreas.
"Locais com dois seguranças
armados 24 horas, por exemplo, solicitaram a presença de
mais dois. E querem manter o
reforço, o que significa que ainda temem a violência."
Procura aumenta
O Sesvesp, sindicato que representa 350 empresas de segurança privada, eletrônica e
de escolta no Estado, informa
que, em cinco dias de ataques
do PCC (12 a 16 de maio), o setor registrou avanço de 30%.
O Sindicato das Empresas de
Sistemas Eletrônicos de Segurança (reúne 2.500 empresas
paulistas) registrou aumento
de 15% na procura por equipamentos no período dos ataques.
"A maior procura foi por circuitos fechados de TV para prédios e empresas. É possível dizer que cerca de 40% dos condomínios de prédios já têm algum tipo de segurança eletrônica, como monitoramento de
câmeras e/ou alarmes", afirma
Marcelo Henrique Cabbao,
presidente do sindicato.
Fernando Soares, consultor
para a área de segurança da Caruso & Partners, diz que o ato
do PCC levou muitas empresas
a adotar uma política corporativa de segurança. "Nos últimos
30 dias apareceram seis novos
clientes. Eles querem orientação para maior segurança."
A Graber Sistemas de Segurança lançou, há três anos, o
que chama de "clube de segurança". O sócio paga R$ 300
mensais e recebe um pacote de
segurança familiar. "Depois do
PCC, a procura pelo serviço aumentou entre 20% e 30%", diz
Luciano Caruso, gerente de
marketing da empresa.
Para dar conta dos novos pedidos, a Assegur Vigilância e Segurança, especializada em segurança patrimonial e escoltas,
contratou, após os ataques do
PCC, cerca de 40 seguranças.
Hoje emprega 300, segundo
Adilson Oliveira, encarregado
operacional da empresa.
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