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Empresas "estreantes" têm em comum sede em paraíso fiscal
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de terem lançado BDRs
recentemente, os fundos de investimento GP e Tarpon e as
empresas de comércio exterior
Dufry e Wilson Sons têm outros fatores em comum. Todas
operam no Brasil, porém têm
sedes em paraísos fiscais e
ações listadas em Luxemburgo.
Apesar de terem sido procuradas pela Folha, as empresas
não esclareceram se a localização de suas sedes se deve a planejamento tributário.
"Se a empresa tem sede em
paraíso fiscal, ela paga menos
Imposto de Renda sobre o lucro", afirma Clovis Panzarini,
sócio da CP Consultores e especialista em tributação.
Para Nami Neneas, responsável pela área de renda variável do banco de investimentos
Banif e coordenador do lançamento das BDRs da Telefônica
em 2000, isso pode ser um
atrativo a mais para o investidor. Com menos impostos, a
tendência seria o acionista
conseguir dividendos maiores.
"Além disso, ele diversifica
os investimentos e os riscos ao
aplicar o dinheiro em empresas
com alcance internacional."
Segundo especialistas de
mercado, os fundos preferem
ter sede em paraísos fiscais pela proximidade com investidores internacionais já presentes
e familiarizados com a legislação desses mercados.
A opção pela Bolsa de Luxemburgo deve-se ao fato de o
país ter um acordo de cooperação com a CVM brasileira.
Além disso, Luxemburgo teria
mais agilidade para estruturar
lançamento de ações e listar
empresas, uma necessidade
dos gestores de investimentos.
"A engenharia tributária,
nesses casos, é um fato menor",
afirma Fernando Exel, presidente da consultoria Economática. "Essas empresas registraram seus papéis na forma de BDRs, mas pertencem à mesma safra que tem buscado a
abertura de capital atrás da liquidez do mercado brasileiro."
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