São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Decisão do BC sobre a Selic será o evento da semana

Mercado se divide sobre tamanho do corte no juro

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana útil mais curta no mercado financeiro concentrará o foco na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que acontece amanhã e na quarta-feira, antes do feriado de Corpus Christi. Diferentemente da previsibilidade das últimas reuniões do Copom, qualquer decisão dos diretores da autoridade monetária dessa vez será alvo de polêmica e de forte especulação.
Se reduzir os juros em 0,5 ponto percentual, será a primeira vez neste ano em que o Copom alterará o ritmo de corte da taxa básica, o que poderá ser entendido como uma mudança comportamental ou sujeição às pressões do mercado.
Por outro lado, se mantiver o corte de 0,25 ponto percentual, demonstrará ortodoxia radical na condução da política monetária, uma vez que a inflação acumulada pelo IPCA em um ano é de 3%, e irá contra a maior parte do mercado -um embate também inédito por parte da autoridade monetária.
A expectativa dominante é que os diretores de BC reduzam a taxa básica de juros, a Selic, para 12% ao ano, os menores juros nominais da história brasileira. Uma redução de apenas 0,25 ponto percentual poderá levar a fortes ajustes nas negociações na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No mercado de câmbio, pode ser o argumento que faltava para justificar o dólar abaixo de R$ 1,90. Na sexta, a moeda encerrou a R$ 1,906.

Demanda
"O Copom não olha o câmbio, só a inflação. Mantemos a previsão de corte de 0,25 ponto. É mais prudente e coerente com a argumentação anterior do Copom, de preocupação com o crescimento da demanda doméstica", afirmou Elson Teles, economista da corretora Concórdia.
Antes do resultado do Copom, o mercado prestará atenção em três índices de inflação. Amanhã, a Fipe divulga o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da cidade de São Paulo de maio. A expectativa é que fique em 0,38%. O IPC de abril apurou alta de 0,33% nos preços.
Na quarta pela manhã saem o IGP-DI e o IPCA, o índice que baliza a meta para a inflação. A previsão do mercado é que o IGP-DI fique em 0,18%, e o IPCA, em 0,28%. Qualquer valor acima disso pode sensibilizar o Copom a segurar ainda mais as rédeas da política monetária, uma vez que a decisão é tomada no fim da tarde.
Para a Bolsa, a percepção do mercado é que o ritmo de valorização deve prevalecer após ter sido superada a barreira de 53 mil pontos. "Mas podemos ter períodos de baixa", disse Flavio Serrano, da corretora López León.

Internacional
No exterior, o destaque fica para o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, na África de Sul. Bernanke falará sobre a economia e o mercado imobiliário, fonte recente de preocupação por conta dos empréstimos de alto risco feito nos últimos anos no país e que pode levar a uma queda nos preços das casas.
Ainda na agenda americana, o destaque vai para indicadores sobre a produtividade e o custo da mão-de-obra nos Estados Unidos, que revelam a saúde das empresas americanas.
O Banco Central Europeu define na quarta os juros dos países da zona do euro, hoje em 3,75% ao ano. A previsão é que a taxa suba para 4%.
Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra define os juros no Reino Unido, que subiram 0,25 ponto percentual, para 5,5%, em abril. Desta vez, a previsão é que os juros britânicos fiquem inalterados.
(TONI SCIARRETTA)


Texto Anterior: Com ganho de 27,6%, investidor de Itajaí é o vencedor em maio
Próximo Texto: Governo discute volta da cobrança de IR para estrangeiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.