|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Das novas vagas criadas entre 89 e 2001, 70% foram ocupados por mulheres, que já são 43,2% da força de trabalho
Cresce participação de mulheres no mercado
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As mulheres aumentaram sua
participação no mercado de trabalho, conseguiram diminuir a
diferença de salário em relação
aos homens e sofreram menos os
efeitos da flexibilização do trabalho na região metropolitana de
São Paulo entre 1989 e 2001.
Do 1,158 milhão de empregos
criados nesse período, 70% foram
ocupados por mulheres. Com isso, passaram a representar 43,2%
da força de trabalho -há 11 anos
sua participação era de 38,4%.
As conclusões fazem parte da
pesquisa "Ocupação feminina e
flexibilização das relações de trabalho na região metropolitana de
São Paulo", divulgada ontem pela
Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), órgão
vinculado ao governo do Estado
de São Paulo.
Enquanto os homens perderam
358 mil postos com carteira assinada no setor privado e 59 mil no
público, as mulheres aumentaram sua participação nessas duas
áreas. No setor privado foram 43
mil contratações de assalariadas
com carteira. No público, 39 mil.
Apesar dessas contratações,
ainda predomina no setor público
o assalariamento sem carteira assinada -tanto para homens como para mulheres.
O estudo também mostra que
houve crescimento do número de
mulheres em todas as formas de
inserção -com destaque para
ocupações de empregadora (aumento de 102,9% para as mulheres e 21,1% para os homens) e de
empregada doméstica (64,5%). O
emprego doméstico na Grande
São Paulo equivale a 30% das ocupações femininas geradas de 1989
a 2001.
No caso dos empreendimentos
criados (com no mínimo duas
pessoas), as atividades envolvem
principalmente serviços pessoais,
alimentação e limpeza.
Já entre os homens, ocorreu aumento do trabalho autônomo: a
participação no total de ocupados
passou de 16,1% para 24,2%, com
406 mil novas vagas.
Na avaliação dos técnicos da
Fundação Seade, isso pode significar piora nas condições de trabalho, já que esse tipo de trabalho
tem como características jornadas mais longas e a não-garantia
de direitos básicos (13º salário,
sistema previdenciário, entre outros benefícios).
"Apesar de ainda haver desigualdade no mercado de trabalho, a situação das mulheres em
comparação à dos homens ainda
é melhor", disse Paula Montagner, gerente de análises e estudos
especiais da Fundação Seade.
Em relação ao tempo de permanência no emprego, no setor privado a ampliação foi maior entre
as mulheres -passou de 33 para
42 meses. No caso dos homens,
passou de 47 para 50 meses. "Esse
aumento é significativo quando
consideramos a alta rotatividade
dos empregos no país", afirmou a
gerente do Seade.
A flexibilização do mercado de
trabalho também atingiu mais os
homens do que as mulheres. "A
subcontratação e a perda de empregos com carteira assinada, tanto no setor público como no privado, foram mais intensas entre
os homens."
No setor privado, a subcontratação aumentou de 1,5% para
3,4% entre os homens. Entre as
mulheres, o aumento foi de 2,2%
para 3,2%.
Texto Anterior: Standard & Poor's rebaixa notas de empresas e bancos brasileiros Próximo Texto: Renda feminina é 75,5% da masculina Índice
|