|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tripé automotivo dá vida ao bloco comercial
DO ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
A melhor prova que a diplomacia pode apresentar de que o Mercosul, mesmo em crise, continua vivo é um tripé de acordos automotivos, a serem assinados ou
anunciados na cúpula de Buenos Aires.
O acordo um é entre o México e os quatro países do Mercosul, para o que se aproveitará a participação do presidente mexicano Vicente Fox na cúpula do bloco
sul-americano.
O acordo prevê exportações de até 140 mil veículos, no primeiro ano de vigência, com tarifa de apenas 1% (hoje, a cota é de 50 mil veículos, com tarifa de 8%).
As cotas vão aumentando (para 165 mil veículos no segundo ano e
185 mil no terceiro, já com tarifa zero), até a liberalização completa
do comércio em 2006.
O segundo acordo é bilateral,
entre Brasil e Argentina. Hoje, a
troca de veículos entre os dois países tem que ser quase paritária: se
um país exporta, em veículos,
US$ 1, o máximo que pode exportar é US$ 1,15, sob pena de pagar
multa.
A Argentina propôs, e o Brasil
aceitou, uma nova proporção, a
ser ainda definida no detalhe durante reunião, hoje, entre o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, e o brasileiro de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral.
Para os fabricantes argentinos, é
um ponto fundamental. O Brasil é
o grande mercado para veículos
argentinos, a ponto de a expectativa das montadoras seja a de exportar para o vizinho 100 mil dos
250 mil veículos que imaginam
produzir neste ano.
O terceiro acordo automotivo é
com o Chile, mas bem menos relevante, porque o mercado chileno é pequeno na comparação
com Brasil e México, as duas principais economias da América Latina.
Para o governo brasileiro, seria
importante, além dos três acordos, avançar também na coordenação de políticas macroeconômicas, que vem sendo tentada
desde a cúpula de Florianópolis,
há um ano e meio.
Haverá, como é tradicional,
uma reunião entre ministros de
Economia dos quatro países do
bloco (mais Chile e Bolívia), mas
o fim de governo tanto na Argentina como no Brasil impede iniciativas mais consistentes. (CR)
Texto Anterior: América Latina: Mercosul faz talvez a penúltima cúpula Próximo Texto: Petróleo: Cade condena cartel de de combustíveis em GO Índice
|