São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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Conta de luz cairá 12,66% em São Paulo

Nova tarifa para residências vale a partir de hoje; grandes consumidores, como indústrias e shoppings, pagarão 10,45% a menos

Corte é resultado da queda dos juros e da diminuição de subsídios no Norte; Fipe vê impacto de 0,41 ponto na inflação em agosto

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A tarifa de energia dos clientes residenciais da Eletropaulo terá redução de 12,66% a partir de hoje. Para os grandes consumidores -como indústrias e shoppings-, a redução será de 10,45%. Fruto da revisão tarifária, a queda das tarifas foi causada pela redução dos juros e a diminuição no subsídio à geração de energia na região Norte.
No processo de revisão tarifária, que ocorre a cada quatro anos, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) analisa a rentabilidade das distribuidoras de energia. Depois, determina um novo valor de equilíbrio para a tarifa a fim de garantir o retorno do investimento para a concessionária e não onerar demais o consumidor.
A queda na tarifa deve ter impacto de 0,41 ponto percentual na inflação de agosto, segundo o coordenador do IPC da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Marcio Nakane. Neste mês, a redução deve ser de 0,05 ponto percentual, e, em setembro, de 0,07 ponto.
A Aneel atribuiu a redução da tarifa da Eletropaulo, que atua em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, a dois principais fatores. Um deles é a diminuição do custo dos juros pagos pela distribuidora quando pega dinheiro emprestado.
Em 2003, último processo de revisão tarifária, a taxa Selic era de 26% ao ano. Hoje, está em 12%. Em 2003, a revisão rendeu aumentos de 10,3% para consumidores residenciais e de 11,56% para grandes.
Outro motivo foi a redução no subsídio para bancar o óleo usado nas termelétricas que geram energia na região Norte. Ele é chamado CCC (Conta Consumo de Combustíveis) e, entre 2006 e 2007, caiu 35,6%.
Para Luiz Pinguelli Rosa, coordenador do Programa de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ, a redução não deve afetar a Eletropaulo. "A queda é causada pela redução de encargos [como a CCC]. Não é a Eletropaulo que tem perda, é o sistema que usa os recursos", disse. Encargos como a CCC são arrecadados pelas distribuidoras, mas repassados ao governo, que administra os recursos. "A Eletropaulo deve estar tranqüila", afirmou Pinguelli, que foi presidente da Eletrobrás no início do governo Lula.
De acordo com a analista Fabiana D'Atri, da consultoria Tendências, a redução da tarifa da Eletropaulo confirma a expectativa de queda das distribuidoras que passarão pelo segundo ciclo de revisão tarifária. Para ela, no entanto, a queda foi maior que o previsto. O índice médio de redução calculado pela agência reguladora foi 5,43%.
Segundo Fabiana D'Atri, o próximo ciclo de revisão tarifária (que para a Eletropaulo será em 2011) pode render aumento. "O custo da energia vem subindo e isso deve se refletir nos próximos ciclos de revisão", afirmou. Ela não acredita que a redução deva impactar os investimentos.


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