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Conta de luz cairá 12,66% em São Paulo
Nova tarifa para residências vale a partir de hoje; grandes consumidores, como indústrias e shoppings, pagarão 10,45% a menos
Corte é resultado da queda dos juros e da diminuição de subsídios no Norte; Fipe
vê impacto de 0,41 ponto
na inflação em agosto
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tarifa de energia dos clientes residenciais da Eletropaulo
terá redução de 12,66% a partir
de hoje. Para os grandes consumidores -como indústrias e
shoppings-, a redução será de
10,45%. Fruto da revisão tarifária, a queda das tarifas foi causada pela redução dos juros e a
diminuição no subsídio à geração de energia na região Norte.
No processo de revisão tarifária, que ocorre a cada quatro
anos, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) analisa
a rentabilidade das distribuidoras de energia. Depois, determina um novo valor de equilíbrio para a tarifa a fim de garantir o retorno do investimento
para a concessionária e não
onerar demais o consumidor.
A queda na tarifa deve ter impacto de 0,41 ponto percentual
na inflação de agosto, segundo
o coordenador do IPC da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Marcio Nakane. Neste mês, a redução deve
ser de 0,05 ponto percentual, e,
em setembro, de 0,07 ponto.
A Aneel atribuiu a redução da
tarifa da Eletropaulo, que atua
em 24 municípios da região
metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, a dois principais fatores. Um deles é a diminuição do custo dos juros pagos
pela distribuidora quando pega
dinheiro emprestado.
Em 2003, último processo de
revisão tarifária, a taxa Selic era
de 26% ao ano. Hoje, está em
12%. Em 2003, a revisão rendeu aumentos de 10,3% para
consumidores residenciais e de
11,56% para grandes.
Outro motivo foi a redução
no subsídio para bancar o óleo
usado nas termelétricas que geram energia na região Norte.
Ele é chamado CCC (Conta
Consumo de Combustíveis) e,
entre 2006 e 2007, caiu 35,6%.
Para Luiz Pinguelli Rosa,
coordenador do Programa de
Planejamento Energético da
Coppe-UFRJ, a redução não
deve afetar a Eletropaulo. "A
queda é causada pela redução
de encargos [como a CCC]. Não
é a Eletropaulo que tem perda,
é o sistema que usa os recursos", disse. Encargos como a
CCC são arrecadados pelas distribuidoras, mas repassados ao
governo, que administra os recursos. "A Eletropaulo deve estar tranqüila", afirmou Pinguelli, que foi presidente da Eletrobrás no início do governo Lula.
De acordo com a analista Fabiana D'Atri, da consultoria
Tendências, a redução da tarifa
da Eletropaulo confirma a expectativa de queda das distribuidoras que passarão pelo segundo ciclo de revisão tarifária.
Para ela, no entanto, a queda foi
maior que o previsto. O índice
médio de redução calculado pela agência reguladora foi 5,43%.
Segundo Fabiana D'Atri, o
próximo ciclo de revisão tarifária (que para a Eletropaulo será
em 2011) pode render aumento. "O custo da energia vem subindo e isso deve se refletir nos
próximos ciclos de revisão",
afirmou. Ela não acredita que a
redução deva impactar os investimentos.
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