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Governo vai licitar mais sete usinas hidrelétricas
Empresa estatal prevê que o país precisa elevar em 50% a oferta de energia até 2016
Investimento total previsto em geração de energia é de R$ 133,6 bilhões, além de mais R$ 33,9 bilhões em linhas de transmissão
DA SUCURSAL DO RIO
Para enfrentar a necessidade
de aumento da capacidade de
geração de energia (de 45,1 mil
MW a 50,6 mil MW até 2016), a
estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética) incluiu em
seu novo plano decenal a concessão de mais sete usinas hidrelétricas, que, juntas, serão
capazes de produzir 5.857 MW,
suficientes para abastecer cerca de 10,5 milhões de pessoas.
Pelas contas da EPE, a cada
ano o país terá de acrescentar
de 4.500 a 5.000 MW até 2016,
dependendo do cenário de
crescimento econômico traçado -de 4,2% ou de 4,9% ao ano.
Em 2006, o parque instalado
era de 92,4 mil MW. Precisa,
portanto, ser ampliado em cerca de 50%.
O investimento total previsto em geração de energia é de
R$ 133,6 bilhões, além de mais
R$ 33,9 bilhões em linhas de
transmissão.
No plano anterior (2006-2015), a EPE previa acréscimo
de 40 mil MW na capacidade de
geração. A revisão se deu por
causa da previsão de crescimento econômico maior.
Entre os principais projetos
de usinas que foram incluídos
no novo plano estão a de Marabá (2.014 MW), no rio Tocantins, na divisa entre Pará e Maranhão, e a de Teles Pires (1.820
MW), no rio do mesmo nome,
em Mato Grosso, onde também
serão licitados mais cinco empreendimentos.
Segundo o presidente da
EPE, Maurício Tolmasquim,
foram feitos estudos técnicos
iniciais que apontaram a viabilidade da construção dessas
usinas. Os empreendimentos
serão licitados nos leilões de
energia previstos para 2009 e
2010 e devem entrar em operação em 2014 e 2015.
Na revisão do plano decenal,
as usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, foram, por
sua vez, postergadas em um
ano -sofreram atraso por causa da demora na concessão da
licença ambiental, examinada
pelo Ibama desde o final de
2005. As duas usinas, com potência de 6.500 MW, devem entrar em operação em 2012 e em
2013, respectivamente.
Rio Madeira
Tolmasquim afirmou que a
"expectativa é licitar a primeira
usina do Madeira, a de Santo
Antonio, em setembro deste
ano", quando haverá oferta exclusiva para conceder esse empreendimento. A outra deve ficar para o leilão de hidrelétricas de 2008.
O leilão de energia de usinas
hidrelétricas que estava marcado para o começo deste mês foi
adiado por tempo indeterminado. Seriam concedidas usinas para daqui a cinco anos.
Também foi postergada a
oferta para empreendimentos
que começarão a produzir em
três anos, focada em termelétricas. Nesse caso, a data foi reprogramada para o dia 26 deste
mês.
Tolmasquim afirmou que alguns projetos de hidrelétricas
conseguiram licenças ambientais e seus empreendedores pediram mais tempo para se preparar para o leilão.
No caso da oferta das térmicas, seis usinas ainda negociam
o contrato de fornecimento de
gás, exigência para participarem do leilão.
(PEDRO SOARES)
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