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Vale lança ações em Paris e quer US$ 14 bi
Empresa anuncia que busca locais para produzir com custo menor; Oriente Médio e África estão na mira
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
MARCELO NINIO
ENVIADO A ST-PREX (SUÍÇA)
Listada em Nova York e em
São Paulo, a Vale anunciou que
lançará ações na Bolsa Euronext Paris. A mineradora quer
atrair investidores para sua
oferta global e captar ao menos
US$ 14 bilhões, reforçando-se
para investimentos -de US$
59 bilhões- e aquisições.
Desde o ano passado, a companhia planejava vender papéis
na Bolsa de Paris e julgou conveniente tomar a decisão agora,
com a oferta global. Ontem, a
Vale informou que os prospectos da companhia com os dados
da oferta estão disponíveis na
SEC, a comissão de valores mobiliários norte-americana.
O valor captado pode chegar
a US$ 15 bilhões, dependendo
da demanda. Caso a demanda
supere esse valor e os papéis
lançados não sejam suficientes,
a Vale fará um rateio entre os
investidores que fizerem a reserva dos papéis. A oferta é
coordenada pelo Credit Suisse.
A Vale não anunciou ainda a
data de início e término da
oferta nem o prazo para os investidores fazerem as reservas
dos papéis. Informou apenas
que a emissão poderá ser lançada a partir de hoje.
Antes do período de reservas
de ações, apurou a Folha, a
companhia concederá um prazo de 10 a 15 dias para que os
investidores tomem conhecimento dos termos da oferta e
tenham tempo de estudar o
prospecto da companhia.
Para não perder o controle
da companhia, os principais
acionistas da Vale -Previ, Bradespar (Bradesco), Mitsui e
BNDESpar- decidiram subscrever o número de ações ordinárias proporcional às suas
participações para manter a
mesma composição acionária.
Essas empresas estão reunidas na Valepar, holding que
controla a Vale, com 52,3% das
ações ordinárias e 31,9% do capital total da companhia. Ao final da oferta, a participação em
ações ON não terá alteração.
Na Valepar, por sua vez, a
composição acionária, em ordinárias, é a seguinte: a Previ
com 59,1%; a Bradespar com
17,4%; a Mitsui com 15%; e o
BNDESpar com 9,5%.
Novos locais
O alto custo da energia e a burocracia no Brasil estão levando a Vale a procurar locais pelo
mundo onde possa produzir de
forma eficiente e mais barata.
Oriente Médio, América Latina
e África são as regiões na mira
do gigante da mineração.
Segundo o presidente da Vale, Roger Agnelli, já há "dois ou
três grandes projetos" em estudo em países do Oriente Médio.
A idéia é transferir a última
fase da produção de alumínio
para um desses países. A energia cara incomoda a Vale, mas a
burocracia também desestimula a produção no Brasil, como
ocorre com as licenças ambientais, cuja emissão pode levar
até oito anos.
Agnelli esteve ontem em St-Prex, um vilarejo suíço com
pouco menos de 5.000 habitantes, onde a Vale começa a construir a sua nova sede internacional. Ela custará US$ 50 milhões e deve ficar pronta na segunda metade de 2009. Para
atrair a segunda maior mineradora diversificada do mundo, a
Prefeitura de St-Prex usou um
artifício bem suíço: ofereceu
alívio fiscal. A empresa brasileira não pagará imposto sobre o
faturamento por até dez anos.
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