São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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PETROQUÍMICA

Novo presidente quer recuperar valor de mercado da Braskem

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Bernardo Gradin, novo presidente da Braskem, maior produtora de resinas plásticas da América Latina, assumiu ontem com a missão de recuperar o valor de mercado da companhia. Sob o comando de José Carlos Grubisich, que continua no Grupo Odebrecht, mas agora à frente da ETH (companhia sucroalcooleira da organização), a Braskem operou um complexo e polêmico plano de consolidação, que culminou com o recente ingresso da Petrobras no bloco de controle. A principal ação de emissão da empresa alcançou também os melhores patamares entre 2004 e 2005, atingindo entre R$ 29 e R$ 30 a ação PNA. Mas, desde então, o valor de mercado da companhia despencou. Hoje, a ação oscila entre R$ 11 e R$ 13, e a empresa enfrenta a rápida deterioração do balanço ante à escalada sem controle do preço internacional do petróleo. A Braskem é uma empresa de pouca visibilidade na visão do cidadão comum, mas está no rol das chamadas indústrias de base. Faz resinas plásticas necessárias para a produção de uma infinidade de produtos de consumo, de copos plásticos a painéis de automóveis, entre outros artigos. O problema é que a Braskem depende de um derivado de petróleo: a nafta petroquímica. Uma gasolina de luxo que, ante à alta do petróleo, sobe sem parar a cada dia. No Brasil, a nafta -produzida nas refinarias da Petrobras- é cara e escassa. O ambiente tem agravado a situação das petroquímicas, não só da Braskem mas também de outras, como a Quattor, outra do setor que enfrenta o mesmo problema.


Petrobras
Mas Quattor e Braskem têm mais do que a alta do petróleo como ponto em comum. Ambas têm a Petrobras com sócia. A volta da estatal ao setor petroquímico não viabilizou apenas a concentração da atividade na mão de dois grupos privados, criou também as condições para ambas se safarem dos efeitos implacáveis da alta do petróleo. A nova direção da Braskem negocia condições especiais de compra de nafta da Petrobras. Hoje, US$ 7 bilhões em receitas de venda da Petrobras saem do caixa da Braskem.
A expectativa de Gradin é que essa negociação se encerre até dezembro, quando o novo contrato de compra de nafta não se baseará mais no mercado internacional (como acontece hoje), mas em uma fórmula que blindará as companhias dos efeitos do choque do petróleo. A Braskem diz que não tem dúvidas de que a Petrobras fará mais essa concessão ao setor.


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