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Brasil Foods avalia oferta na Argentina, afirma site
Companhia estaria interessada em gigante do setor lácteo La Serenísima
Argentinos especulam sobre intenções da Danone e da empresa originada da fusão entre Perdigão e Sadia; BRF nega estar na negociação
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A BRF (Brasil Foods), empresa criada a partir da fusão
entre Perdigão e Sadia, está no
páreo pela compra da maior indústria argentina de lácteos, a
La Serenísima, relatou ontem o
site "Lechería Latina". A assessoria de comunicação da BRF,
no entanto, disse que não há
nenhuma negociação.
Segundo as versões que circulam na Argentina, a Perdigão
já vinha mantendo, antes da fusão com a Sadia, conversas com
o grupo Mastellone, dono da
Serenísima. A BRF teria herdado as negociações.
A oferta brasileira não contemplaria o desembolso de dinheiro. Em troca do controle da
indústria láctea, a BRF assumiria dívidas de US$ 250 milhões
da Serenísima, e o grupo Mastellone manteria participação
minoritária na empresa, fundada há 80 anos.
O grupo Mastellone anunciou a venda da Serenísima no
mês passado. A Danone largou
na frente na disputa pela maior
empresa láctea argentina. A
múlti europeia mantém joint
venture com a Serenísima desde 1996. A subsidiária brasileira
da empresa francesa não comentou o assunto.
Em comunicado, o grupo
Mastellone confirmou as negociações com a Danone. Disse
ter "vinculação comercial e estratégica muito estreita" com a
companhia da França.
As duas empresas compartilham a logística de abastecimento de leite cru e a distribuição de vários produtos. Em
2008, a Danone emprestou
US$ 8,4 milhões à Serenísima
para o pagamento de dívidas.
Para o analista Rafael Ribeiro
de Lima Filho, da Scot Consultoria, adquirir a Serenísima pode ajudar a BRF a compor seu
"mix" industrial no Brasil. A
Perdigão fechou 2008 em segundo lugar na captação de leite no país, com 1,67 bilhão de litros, atrás apenas da Nestlé,
que obteve 1,9 bilhão de litros.
Com vendas de R$ 1,7 bilhão
em 2008, a Serenísima tem cerca de 70% do mercado de leite
da região de Buenos Aires, que
reúne 30% da população argentina. Seu valor de mercado é estimado em US$ 800 milhões.
A empresa teve resultados
negativos nos últimos três anos
-em 2008, o prejuízo chegou a
R$ 179 milhões. O controle de
preços imposto pelo governo é
apontado como um dos maiores problemas da companhia.
Especula-se na Argentina
que o governo poderia financiar a compra da Serenísima
por um grupo nacional. Na
campanha eleitoral encerrada
no domingo, o ex-presidente e
deputado eleito Néstor Kirchner disse a Pascual Mastellone,
presidente da empresa, que poderia "contar absolutamente"
com o governo.
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