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INDÚSTRIA
Empresas lucram com aumento das vendas internas, exportação e preço alto
Cenário favorável eleva os ganhos das siderúrgicas
Reuters
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Vista da mina de Sossego, da Vale, em Carajás, no Pará; companhia registrou a maior produção de minério de sua história |
DA REPORTAGEM LOCAL,
DA AGÊNCIA FOLHA E
DA FOLHA ONLINE
O aumento da demanda internacional por produtos siderúrgicos e a conseqüente alta dos preços contribuíram para elevar os
ganhos das principais empresas
do setor. Nos últimos dias, CST,
CSN e Gerdau divulgaram em
seus balanços resultados positivos
influenciados também pelo reaquecimento do mercado interno.
Segundo Pedro Galdi, analista
do setor siderúrgico do ABN Amro, nem a adoção, pelo governo
chinês, de políticas para brecar o
crescimento do país foi suficiente
para prejudicar as vendas do setor. "O mercado não ressentiu a
China. A crescente demanda dos
EUA compensou o impacto da redução chinesa."
O aquecimento do mercado
norte-americano foi um dos fatores que ajudaram o grupo Gerdau
a lucrar R$ 1,3 bilhão no primeiro
semestre, 134% acima do período
de janeiro a junho do ano passado. Os ganhos foram obtidos em
parte pelo aumento de produtividade das usinas do grupo na
América do Norte.
Para a analista de siderurgia Catarina Pedrosa, do Banif Investment, a operação internacional
do grupo foi beneficiada pela redução dos preços de matérias-primas, como a sucata.
"Há três anos o mercado internacional representava cerca de
42% do faturamento total. Hoje,
chegamos à marca dos 64%", diz
o vice-presidente sênior do grupo
Gerdau, Frederico Gerdau Johannpeter.
As exportações beneficiaram
praticamente todas as empresas
do setor. No entanto o reaquecimento interno poderá levá-las a
um dilema: exportar, e arcar com
custos elevados, ou vender para o
mercado interno a preços abaixo
dos praticados no exterior.
As vendas internas da Gerdau
evoluíram 19%, para 2 milhões de
toneladas, impulsionadas principalmente pelo setor industrial.
Para Pedrosa, uma conseqüência do aumento das vendas das siderúrgicas para o mercado interno será a elevação dos preços.
Nesse caso, a Gerdau, segundo
ela, terá mais dificuldades porque
seus produtos são voltados para
setores ainda estagnados, como a
construção civil.
O faturamento consolidado do
grupo Gerdau chegou a R$ 11,3 bilhões (crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano
passado), dos quais R$ 7,2 bilhões
são provenientes das vendas e da
produção no mercado externo.
A CST (Companhia Siderúrgica
de Tubarão), maior fabricante
mundial de placas de aço, foi outra que aproveitou o bom momento do mercado internacional.
A empresa lucrou R$ 592 milhões
no 2º trimestre, com crescimento
de 86% na comparação com igual
período do ano passado.
No primeiro semestre, o lucro
acumulado pela companhia atingiu R$ 767 milhões, com aumento
de 30% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.
As receitas líquidas da CST somaram R$ 1,258 bilhão entre abril
e junho, com expansão de 37%
ante o resultado do mesmo período do ano passado. No semestre,
as receitas cresceram 16%, totalizando R$ 2,216 bilhões.
Vale do Rio Doce
A crescente demanda global levou a Companhia Vale do Rio
Doce a registrar, no segundo trimestre, a maior produção de minério de ferro de sua história. O
recorde foi obtido com o volume
de 51,516 milhões de toneladas
-aumento de 9,3% na comparação com igual período do ano
passado.
No primeiro semestre, a produção atingiu 98 milhões de toneladas, um aumento de 8,2% em relação ao mesmo período de 2003.
O analista do ABN Amro acredita que o balanço da empresa
também deverá mostrar resultados bastante positivos. "O trimestre já vai pegar os resultados obtidos pelo aumento de 18,62% praticado pela Vale."
Capacidade
As empresas do setor siderúrgico estão utilizando praticamente
toda a capacidade instalada. Segundo analistas, o índice de ocupação varia de 90% a 95%.
"As indústrias podem produzir
34 milhões de toneladas de aço e
atualmente produzem 32 milhões", disse Galdi.
Para evitar gargalos, o grupo
Gerdau anunciou que vai acelerar
os investimentos no Brasil para
suprir o mercado interno.
Praticamente todas as usinas estão recebendo investimentos. O
objetivo é ampliar as capacidades
de produção existentes, especialmente em Ouro Branco (MG) e na
Gerdau Aços Finos Piratini (RS).
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