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Ouro recebe até US$ 2 bi de investimento
Produção brasileira do metal tende a duplicar, para ficar entre 90 e 110 toneladas anuais na metade da próxima década
Valorização do ouro anima mineradoras a investir em projetos de expansão; preço internacional se firma em torno de US$ 900 por onça
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Estudo do DNPM (Departamento Nacional de Produção
Mineral), do Ministério de Minas e Energia, estima que, no
período de 2007 a 2013, a mineração de ouro no país receba investimentos entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
Esses recursos devem fazer
com que a produção brasileira
do metal duplique, passando
das 49,6 toneladas no ano passado para a faixa de 90 a 110 toneladas anuais na metade da
próxima década, dizem especialistas. Apenas neste ano, o
crescimento deve ficar entre
15% e 20%. Antônio Lannes,
gerente de Dados Econômicos
do Ibram (Instituto Brasileiro
de Mineração), prevê que em
2011 o Brasil esteja com produção anual de 80 toneladas.
No levantamento do DNPM,
a tendência de "alta consistente" da cotação do ouro é apontada como um dos fatores a impulsionar a produção do país.
Segundo o estudo, "condições geológicas favoráveis, estabilidade política, crescimento da economia e desenvolvimento da cultura de mineração
tornam o Brasil atrativo para
novos investimentos".
De acordo com Agostinho Tibério Marques, vice-presidente
de Finanças e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti,
"a crise da economia norte-americana aumentou o interesse de grandes e pequenos investidores em diversificarem seus
portfólios e incluírem o ouro
como parte de suas carteiras".
Esse movimento passou a
ocorrer a partir do aumento do
déficit da economia dos EUA.
Antes, portanto, da crise imobiliária do "subprime".
O aumento da procura por
investimento no metal e a demanda nos emergentes China e
Índia -nesses casos, para a
confecção de jóias- animaram
a AngloGold, que tem sede na
África do Sul, a investir no Brasil. Segundo Marques, a empresa deve aplicar US$ 900 milhões no país de 2007 a 2013.
Até 2015, pretende aumentar a
produção em 30%.
Triplicar
A Kinross, sediada no Canadá, triplica a produção da Rio
Paracatu Mineração a partir
deste mês, passando de 5 toneladas para 15 toneladas anuais,
afirma José Roberto Freire,
presidente do grupo no Brasil.
"Há quatro anos a cotação do
ouro era de US$ 410 por onça, e
o custo de operação e produção
do metal era alto." A partir de
2005, a valorização foi vertiginosa, até chegar a US$ 900.
"Isso vem se mantendo, o
que leva mineradoras a executar projetos de expansão e a investir no aumento de suas reservas", afirma. A Kinross aplica US$ 540 milhões em mina
localizada em Paracatu (MG).
Juvenil Félix, diretor-presidente da Mineração Serras do
Oeste Ltda., diz que a empresa,
braço da canadense Jaguar Mining, se prepara para avançar
de 4 toneladas neste ano para a
faixa de 17 a 19 toneladas em
2013. Sem que houvesse a alta
do ouro, isso não seria possível.
Para José Inácio Cortelazzi
Franco, diretor da Anoro (Associação Nacional do Ouro),
"no médio prazo a demanda deve permanecer, dando suporte
ao preço internacional". Lannes, do Ibram, concorda: o metal "sempre tem mercado".
Hécliton Henriques, presidente do IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos), chama a atenção para a
oportunidade de aproveitar a
valorização para agregar valor.
"Há campo para trabalhar a
matéria-prima e fabricar jóias,
gerando empregos e renda."
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