São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2008

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Reunião do BC dos EUA é destaque na semana

No Brasil, mercado aguarda na sexta o IPCA de julho

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana terá na reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) seu principal evento. Com o enfraquecimento do PIB norte-americano, o consenso no mercado financeiro é o de que a taxa básica de juros do país seja mantida em 2% anuais.
Todavia, a ratificação do resultado esperado por analistas e investidores não significará necessariamente calmaria para o mercado financeiro. Dependendo dos comentários que vierem na nota que os dirigentes do Fed irão divulgar após a sua reunião, o mercado pode responder com agitação.
"Na agenda dos EUA, o evento mais importante será a reunião do Fed, na terça-feira. O mercado espera que o Fed mantenha a taxa básica de juros inalterada, em 2% ao ano, diante dos sinais de fragilidade do sistema financeiro e da fraqueza das condições econômicas. Como a decisão é tida como praticamente certa pelo mercado, as maiores atenções estarão voltadas para o teor do comunicado emitido após a reunião", diz Elson Teles, economista-chefe da Concórdia.
Além da reunião de política monetária, a agenda norte-americana trará diversos indicadores. Hoje vai ser conhecido o índice PCE (preços dos gastos dos consumidores norte-americanos) e os dados de gastos pessoais em julho.
Na quarta, haverá a apresentação dos estoques de petróleo no país e os dados de solicitações de empréstimos hipotecários. Apesar do recuo nos últimos dias, o petróleo ainda é um ponto de grande preocupação para o mercado. Se os EUA estiverem com estoques baixos, poderão estimular a elevação do preço do produto.
"A indefinição dos mercados deve continuar na semana. Teremos como destaque o PCE, índice de inflação preferido do Fed, e a reunião do Fomc, para decidir a taxa básica de juros americana. Além desses indicadores, os resultados de empresas, com destaque para Ambac, e a oscilação das commodities também devem mexer com o mercado", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Na Europa, as atenções se voltarão para as reuniões do Banco da Inglaterra e do BCE (Banco Central Europeu), que decidirão na quinta-feira como ficarão suas taxas básicas. A expectativa do mercado é que os juros sejam mantidos em 5% anuais na Inglaterra e que sejam elevados para 4,25% ao ano na zona do euro.

Preocupação interna
O resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, que vai ser divulgado na sexta-feira, é o dado mais relevante para os investidores brasileiros.
O IPCA é o índice utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação. Assim, quando o índice de preços aponta riscos de estourar a meta estipulada, o Copom acaba por elevar os juros básicos de forma mais consistente.
A pressão inflacionária levou o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) a elevar a taxa básica de forma mais expressiva que o esperado. A taxa básica está agora em 13% anuais e há analistas que estimam a Selic em 15% no fim do ano.
Outros índices de preços vão ser conhecidos na semana.
Amanhã será divulgado o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) apurado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Espera-se que o indicador de preços da Fipe, que se restringe ao município de São Paulo, aponte elevação de 0,45% no mês passado.
Na quarta-feira, será a vez de a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgar o resultado do IGP-DI de julho.


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