O aluguel de imóveis ganhou força neste ano como opção de investimento. A redução na rentabilidade dos fundos de investimento, a possibilidade de mudança no cálculo da remuneração da poupança e a instabilidade da Bolsa de Valores impulsionaram a procura pela aquisição de imóveis destinados à locação, segundo empresas do setor consultadas pela Folha.
"Até o ano passado, o aluguel era o patinho feio dos investimentos. Agora que o juro caiu, ele ficou mais atrativo", diz José Roberto Federighi, vice-presidente de Locação do Secovi (sindicato da habitação).
Segundo ele, a rentabilidade da locação de imóveis gira entre 8% e 12% ao ano. A taxa Selic, base para a remuneração dos fundos de renda fixa, está hoje em 8,75% ao ano.
Federighi afirma que há uma demanda por imóveis destinados à locação nos próprios lançamentos imobiliários. Nos últimos anos, os investidores do setor focavam os ganhos na valorização dos bens, diz.
O perfil mais procurado, segundo o Secovi, é de imóveis avaliados em até R$ 350 mil, que podem ser alugados por um valor entre R$ 1.000 e R$ 1.500.
A gerente-geral de locação e vendas da imobiliária Lello, Roseli Hernandes, confirma o aquecimento do setor. Ela estima que a demanda por imóveis para alugar tenha crescido 30% nos últimos dois meses.
Clientes que já tinham imóveis locados procuraram a Lello para concentrar seus investimentos no setor. O maior interesse deles é em imóveis comerciais, com contrato de locação em vigor e de longo prazo.
Outro movimento, segundo a Lello, foi de novos investidores no setor: pessoas que compraram o segundo imóvel sem vender o primeiro, que foi redirecionado para o aluguel.
"O aluguel é um bom investimento hoje, mas envolve riscos, como o custo de manutenção do imóvel caso ele não seja alugado por um período", afirma Hernandes.

"Até o ano passado, o aluguel era o patinho feio dos investimentos. Agora que o juro caiu, ele ficou mais atrativo"
JOSÉ ROBERTO FEDERIGHI
vice-presidente de Locação do Secovi

LÍNGUA DO "P"
O "P" da Fotoptica vai desaparecer a partir deste mês, depois de 89 anos que o logotipo da empresa carrega a letra. "A queda do "P" é um detalhe de um projeto maior, para expandir a marca, tirar a imagem de escrita antiga e se aproximar da classe média", afirma Marcello Macedo, presidente da agora Fototica. Desde 2007 sob o comando do grupo holandês Hal Investiments B.V., a empresa quer focar em ótica e, gradativamente, deixar de trabalhar com produtos de fotografia. No projeto também está prevista a abertura de 500 lojas até o final de 2012, para que a marca possa atuar em todos os Estados do Brasil. A expansão deve ocorrer por meio de aquisição de novas redes, abertura de lojas próprias e franquias, segundo Macedo. A marca, que tem cerca de cem pontos de venda e terminou 2008 com faturamento de R$ 160 milhões, espera fechar este ano com crescimento de 20% em relação a 2008.

AO TRABALHO
Em junho, o emprego da construção pesada registrou alta de 3,18%, ante maio, com a admissão de 1.593 trabalhadores, segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo). No acumulado dos últimos 12 meses, houve um aumento de 6,16%, com a abertura de 3.001 postos de trabalho, apesar do tombo que a crise provocou nos últimos meses de 2008.

PROMESSA
No encontro com investidores na quinta-feira, em Washington, Guido Mantega (Fazenda) vai dizer que a meta de superávit primário de 2,5% do PIB neste ano e de 3,3% em 2010 será cumprida custe o que custar. Mesmo que ele seja obrigado a fazer alguns cortes no final do ano. Será uma resposta aos que estão prevendo descontrole fiscal.

ALTA COTAÇÃO
Luiz Eduardo Melin é um dos nomes mais cotados para ocupar o lugar de Bernard Appy na Fazenda.

ÁCIDO
A Nitro Química, do Grupo Votorantim, desativou as linhas de produção de ácido fluorídrico e floreto de alumínio. A empresa era a única fabricante dos produtos na América do Sul. Segundo a empresa, a decisão se deve à perda da competitividade dos produtos frente aos importados. Agora, a Nitro Química focará sua estratégia na produção de nitrocelulose.

DE SAÍDA
A gaúcha Charneski Auditores & Consultores saiu do segmento de auditoria. O motivo é a concentração do mercado nas quatro líderes -Ernst & Young, Price, KPMG e Deloitte. A Charneski passa a focar em governança corporativa, tributos e gestão. Dez funcionários do setor de auditoria foram desligados da Charneski -cinco já estão na Price.

BACALHAU
A Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil anunciou que o grupo de empresários que liderou as obras da Eurocopa 2007, em Portugal, virá à Fiesp em setembro mostrar aos brasileiros as oportunidades da Copa 2014 em infraestrutura.

CASA
Com taxa de 1,42% ao mês, o HSBC lançou ontem uma linha de financiamento chamada Crédito Casa, baseada na garantia de um imóvel residencial. O financiamento, limitado a R$ 200 mil, pode chegar a 50% do imóvel.