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EM TRANSE
Atividade industrial quase não cresce pelo segundo mês seguido; Bolsas têm dia ruim como no pós-atentados terroristas
Indústria dos EUA pára, mercados desabam
DA REDAÇÃO
As Bolsas norte-americanas viveram ontem seu pior dia em praticamente um ano. As ações sofreram a maior queda desde o dia 17
de setembro do ano passado,
quando os mercados reabriram
depois da paralisação provocada
pelos ataques terroristas contra
Nova York e Washington.
No primeiro dia de negócios
após as férias de agosto (anteontem não houve mercado por causa do feriado do Dia do Trabalho
nos EUA), os investidores foram
recebidos com as notícias de que a
indústria norte-americana permaneceu estagnada no mês passado e de que cresceu o ritmo de
demissões. Com a perspectiva de
lentidão econômica nos próximos meses, os preços das ações
caíram.
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York iniciou setembro, historicamente o pior mês para os
mercados, com uma queda de
4,1%. O Standard & Poor's 500,
que lista as 500 maiores empresas
dos EUA, recuou 4,15% -tombo
não visto desde o pós-atentados.
O aniversário dos ataques terroristas tem sido apontado pelos
analistas como motivo adicional
para a queda nas Bolsas. Temendo um novo ataque, investidores
colocaram ações à venda, aproveitando os lucros obtidos no mês
passado. Pesa ainda a possibilidade de um conflito contra o Iraque.
As fraudes também continuam
a influenciar os ânimos de Wall
Street. O Citigroup, que terá devassado seu envolvimento nos escândalos da Enron e da Worldcom, despencou mais de 10% ontem -o maior tombo entre os
componentes do Dow Jones.
"É o dia da volta às aulas", disse
Mark Tinker, estrategista do
Commerzbank em Londres. "As
Bolsas ficaram presas a margens
estreitas durante agosto, mas agora as férias acabaram."
Mês cruel
Depois das férias de agosto,
quando o volume de negócios
despenca, os investidores costumam ajustar suas carteiras de investimentos em setembro, o que
geralmente faz do mês o pior do
ano para os mercados financeiros. Nos últimos 50 anos, as ações
caíram em média 0,4% no mês.
As perdas foram grandes também entre as tecnológicas, e a
Nasdaq caiu 3,88%. As ações da
Intel cederam 5% e puxaram as
perdas. A notícia, não confirmada, de que a IBM demitirá 4.000
funcionários fez os papéis do grupo declinarem 4%. Os cortes
ocorreriam na divisão de consultoria da PricewaterhouseCoopers, adquirida recentemente pela
fabricante de computadores.
"É um balde de água fria nos investidores, que começavam a ficar otimistas", comentou Charles
Payne, analista de mercado da
Wall Street Strategies.
As perdas nos mercados financeiros se estenderam para Europa, para Ásia e até para o Brasil. O
índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio,
recuou para o menor patamar em
quase 19 anos.
Economia patina
No mês passado, a indústria
norte-americana emperrou. O índice de atividade industrial do
ISM (Instituto de Gerenciamento
de Fornecimento, na sigla em inglês) ficou em 50,5 pontos, mesma marca registrada em julho e
abaixo das expectativas dos analistas, que previam, em média,
que o índice iria a 51,6 pontos em
agosto.
Pela metodologia do ISM, leituras acima de 50 pontos denotam
expansão. Abaixo disso, indicam
retração. Dessa maneira, a indústria dos EUA, setor mais afetado
durante a recessão do ano passado, cresceu pelo sétimo mês consecutivo. Mas o ritmo de expansão tem ficado próximo de zero.
De acordo com a consultoria
Challenger, Gray & Christmas, as
companhias dos EUA anunciaram 118 mil demissões no mês
passado, 46% a mais que julho.
Com agências internacionais
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