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Bolsa de Tóquio vai ao pior nível em 19 anos; Frankfurt cai mais de 5%
DA REDAÇÃO
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio atingiu ontem seu nível mais baixo em quase 19 anos, o que reacendeu o temor de que a segunda maior economia do planeta mergulhe em nova instabilidade financeira. Puxaram as perdas as ações dos bancos, que detêm uma montanha de créditos "podres" (de difícil recuperação).
O Nikkei cedeu 3,2% no pregão
de ontem e caiu a 9.217 pontos, o
pior fechamento registrado desde
o dia 7 de novembro de 1983. Desde os seus dias de glória e o auge
de sua "bolha", em 1989, quando
valia mais do que todas as outras
Bolsas do planeta juntas, a Bolsa
de Tóquio já perdeu cerca de três
quatros de seu valor.
Os papéis do Mizuho Holdings,
o maior grupo financeiro do planeta em ativos, despencaram
9,2%. As ações do banco Sumitomo Mitsui caíram 8%. As instituições financeiras japonesas acumulam US$ 444 bilhões em créditos podres, o resultado da quebradeira generalizada que o país vive
nos últimos dez anos.
A economia japonesa está imersa na estagnação há praticamente
uma década, desde o estouro das
bolhas do mercado financeiro e
do setor imobiliário. Para analistas, o país ainda não terminou o
período de ajuste da elevada especulação da década passada, e muitos já falam num recuo do Nikkei
para abaixo de 9.000 pontos.
O ministro japonês das Finanças, Masajuro Shiokawa, afirmou
ontem que a queda na Bolsa preocupa o governo, mas uma eventual intervenção, como se tem sugerido, não surtiria grandes efeitos. "As Bolsas estão caindo em
todo o mundo por causa dos
EUA", disse o ministro.
Europa tomba
Na Europa, que já havia iniciado
a semana com perdas, o dia foi de
fortes quedas ontem. Sob influência dos EUA, as principais Bolsas
do continente recuaram ao pior
nível em um mês, aproximando-se dos recordes de baixa dos últimos cinco anos atingidos em
meados de julho.
As maiores desvalorizações
ocorreram na Bolsa de Frankfurt,
cujo índice DAX encerrou o pregão em queda de 5,83%. Paris caiu
4,47%, e Londres, 3,64%.
Os papéis da francesa Alcatel
despencaram 8,1%, a sueca Ericsson caiu 6,7%, e as ações da franco-americana Vivendi Universal
recuaram 6,6% depois que as três,
que já figuraram entre algumas
das mais brilhantes empresas da
chamada "nova economia", foram retiradas do índice Euro
Stoxx 50, que lista as 50 maiores
companhias européias.
Dólar cede
Com o recrudescimento das incertezas em relação à saúde econômica dos EUA, o dólar voltou a
perder valor. Em relação ao euro,
a moeda americana caiu à sua
pior cotação em mais de um mês.
Na relação com o iene, a cotação
recuou à pior marca das últimas
duas semanas.
"O sentimento entre os investidores é que, se as Bolsas estão mal,
elas vão derrubar o dólar", disse
David Brown, economista-chefe
do banco Bear Stearns.
O euro chegou a ser vendido a
US$ 0,9973, antes de fechar cotado a US$ 0,996.
Com agências internacionais
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