São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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EM TRANSE

Ministro Malan vai apresentar nova meta para o superávit primário, que deve subir de 3,75% para 3,9% do PIB

Governo anuncia mais aperto fiscal hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) anuncia hoje a nova meta de superávit primário para este ano. A economia de receitas para pagamento de juros da dívida pública sobe de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto), prevista atualmente, para 3,9%.
O aperto fiscal extra significa elevar de R$ 48,5 bilhões para cerca de R$ 50 bilhões o que a União, os Estados, os municípios e as estatais devem economizar neste ano. Não são esperados, contudo, novos cortes no Orçamento.
A princípio, o dinheiro viria do bloqueio de despesas feito pelo governo em meados do ano para compensar eventual perda de arrecadação com a CPMF (o imposto do cheque), cuja votação estava parada no Congresso.
No entanto o governo conseguiu a aprovação do tributo, mas não liberou todo o dinheiro retido. Assim, ainda sobra cerca de R$ 1,5 bilhão. Se houver receita extra no mesmo valor, parte do dinheiro bloqueado poderá ser liberado até dezembro.
Na entrevista marcada para hoje, Malan detalhará os termos do acordo acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) no mês passado. O ministro estará provavelmente acompanhado do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Na sexta-feira, a diretoria do FMI se reúne para aprovar o acordo com o Brasil, que prevê empréstimo de US$ 30 bilhões ao país. A nova meta de superávit primário já constará dos termos do acordo.
A meta de superávit primário para 2003 continua em 3,75% do PIB. Essa meta, que já foi discutida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com os principais presidenciáveis, só deve mudar por iniciativa do próximo governo.

Viagem
A partir de segunda-feira, Malan e Armínio iniciam nova rodada de conversas com banqueiros europeus para convencê-los a reabrir linhas de financiamento às exportações brasileiras.
Serão três missões. Acompanhado do secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, Armínio parte na sexta para Basiléia (Suíça), onde participará na segunda-feira do encontro de presidentes de bancos centrais organizado pelo BIS (Banco para Compensações Internacionais). Na terça, os dois seguem para Frankfurt e, na quarta, para Amsterdã.
Malan segue para Madri, Londres e Paris. Outra missão de técnicos já tem encontros marcados em Lisboa e provavelmente irá também para a Itália. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, segue para Tóquio.


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