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ARGENTINA
País não fecha acordo com FMI devido a esses dois Poderes, diz ministro
Lavagna critica Justiça e Congresso
DE BUENOS AIRES
O ministro argentino Roberto
Lavagna (Economia) responsabilizou a Justiça e o Congresso pela
dificuldade do governo de chegar
ao acordo com o FMI.
"Os homens do Fundo sentem
que, cada vez que eles se aproximam do acordo, é a Argentina
que muda as condições", disse Lavagna antes de se reunir com John
Thornton, chefe da missão do
FMI que desembarcou em Buenos Aires pela manhã.
O ministro se referia à decisão
do Congresso de impedir o reajuste de empréstimos bancários
pela inflação e a sentença da Corte
Suprema que determinou a restituição do corte de 13% nos salários de servidores e aposentados,
vigente desde julho de 2001. Essas
duas decisões levaram o FMI a
afirmar que falta "consenso político" para haver acordo.
Apesar do fracasso, Lavagna
disse que a diretoria do Fundo deve formalizar amanhã a aprovação da rolagem por um ano de um
empréstimo de US$ 2,8 bilhões
que vence na segunda-feira.
Com isso, o FMI, que já adiou o
pagamento de US$ 4 bilhões neste
ano, daria uma folga para a Argentina avançar nas exigências e
chegar a um acordo definitivo.
"Gostaria que essa não fosse
uma negociação em cotas. O objetivo é um acordo de pelo menos
um ano, porque isso nos ajudaria
a reduzir as dúvidas [do mercado"
e a receber novos investimentos",
disse Lavagna. O próximo vencimento importante será em novembro. O país deve pagar US$
800 milhões ao Banco Mundial,
dívida que não pode ser adiada
sem o acordo com o FMI.
As restrições para o saque de depósitos bancários vigentes desde
dezembro continuam sendo o
principal empecilho do acordo.
Segundo o jornal "Clarín", o governo divulga nesta semana uma
nova solução parcial para o "corralito", que prevê a possibilidade
de trocar os depósitos congelados
por títulos dessas mesmas instituições. Para atrair os correntistas, os papéis, que têm um prazo de resgate de 10 anos, vão garantir a devolução dos depósitos em dólar.(JS)
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