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TRANSE
Decisão é para 2003, diz Armínio
País pode usar dinheiro do FMI para conter dólar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, disse que o governo brasileiro poderá acertar com
o FMI (Fundo Monetário Internacional), no ano que vem, quando o novo presidente da República já tiver tomado posse, uma nova redução do piso exigido para as
reservas internacionais líquidas
do país. Segundo Armínio, esse
piso -hoje em US$ 5 bilhões-
poderia até ser um valor negativo.
Em teleconferência com investidores promovida pela "Agência
Estado", o presidente do BC afirmou que não é uma "coisa rara"
que o piso das reservas fique negativo. Isso já teria ocorrido em
acordos feitos pelo FMI com outros países.
No novo acordo do Brasil com o
FMI, o piso das reservas líquidas
foi reduzido de US$ 15 bilhões para US$ 5 bilhões. As reservas líquidas equivalem a todas as reservas
em moeda estrangeira do governo com exceção dos dólares emprestados pelo Fundo.
É das reservas internacionais
que saem os dólares que o BC usa
nas suas intervenções no mercado de câmbio. Atualmente, as reservas líquidas estão em aproximadamente US$ 23 bilhões.
Se o piso para as reservas líquidas ficar negativo, o BC poderá
usar parte ou todo o dinheiro emprestado pelo FMI para intervir
no mercado de câmbio e ainda terá permissão de utilizar dólares
saídos das reservas brutas.
Armínio disse que essa redução
é uma possibilidade, mas que não
está sendo cogitada atualmente.
Ela poderia ser decidida em caso
de agravamento das turbulências
no mercado internacional. "Eu
vejo como sendo algo factível e
natural uma eventual redução do
piso num ambiente menos favorável em 2003", afirmou.
De acordo com o presidente do
BC, seria mais fácil reduzir o piso
das reservas do que negociar uma
extensão do acordo, com a liberação de novos empréstimos.
Pelo acordo com o FMI no mês
passado, o governo terá direito a
uma linha de crédito de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões poderão ser sacados até o final do
ano e os US$ 24 bilhões restantes
em 2003. O acordo com o FMI termina em dezembro de 2003.
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