São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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TRANSE

Decisão é para 2003, diz Armínio

País pode usar dinheiro do FMI para conter dólar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse que o governo brasileiro poderá acertar com o FMI (Fundo Monetário Internacional), no ano que vem, quando o novo presidente da República já tiver tomado posse, uma nova redução do piso exigido para as reservas internacionais líquidas do país. Segundo Armínio, esse piso -hoje em US$ 5 bilhões- poderia até ser um valor negativo.
Em teleconferência com investidores promovida pela "Agência Estado", o presidente do BC afirmou que não é uma "coisa rara" que o piso das reservas fique negativo. Isso já teria ocorrido em acordos feitos pelo FMI com outros países.
No novo acordo do Brasil com o FMI, o piso das reservas líquidas foi reduzido de US$ 15 bilhões para US$ 5 bilhões. As reservas líquidas equivalem a todas as reservas em moeda estrangeira do governo com exceção dos dólares emprestados pelo Fundo.
É das reservas internacionais que saem os dólares que o BC usa nas suas intervenções no mercado de câmbio. Atualmente, as reservas líquidas estão em aproximadamente US$ 23 bilhões.
Se o piso para as reservas líquidas ficar negativo, o BC poderá usar parte ou todo o dinheiro emprestado pelo FMI para intervir no mercado de câmbio e ainda terá permissão de utilizar dólares saídos das reservas brutas.
Armínio disse que essa redução é uma possibilidade, mas que não está sendo cogitada atualmente. Ela poderia ser decidida em caso de agravamento das turbulências no mercado internacional. "Eu vejo como sendo algo factível e natural uma eventual redução do piso num ambiente menos favorável em 2003", afirmou.
De acordo com o presidente do BC, seria mais fácil reduzir o piso das reservas do que negociar uma extensão do acordo, com a liberação de novos empréstimos.
Pelo acordo com o FMI no mês passado, o governo terá direito a uma linha de crédito de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões poderão ser sacados até o final do ano e os US$ 24 bilhões restantes em 2003. O acordo com o FMI termina em dezembro de 2003.


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