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EXPORTAÇÃO
Movimento ainda é lento, mas alguns bancos já procuram empresas
Linhas de crédito começam a voltar
ÉRICA FRAGA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O movimento ainda é lento, mas, aos poucos, começam a voltar as linhas de financiamento ao comércio exterior para o Brasil. O maior acesso ao crédito, no entanto, tem se restringido a grandes empresas exportadoras ou a
aquelas que sejam clientes tradicionais de bancos estrangeiros.
Segundo a Folha apurou, a Cosipa e a Usiminas conseguiram,
recentemente, acesso a linhas de
crédito à exportação. A informação foi confirmada por um banco
estrangeiro que forneceu financiamento às empresas.
O Lloyds TSB também fechou,
na semana passada, operações de
crédito para comércio exterior
para duas empresas -uma do setor de mineração e outra do ramo
de papel e celulose. Segundo
Alaerte Cafeu, diretor do Lloyds,
as transações somaram US$ 57
milhões.
No entanto, segundo Cafeu,
ainda não há um forte movimento de retomada do crédito externo
para o país. "Demos o financiamento porque eram clientes tradicionais do banco", diz ele.
Segundo Ernesto Meyer, diretor
do BNP Paribas, a instituição está
voltando a ofertar linhas para exportação, como a fechada recentemente com a CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional).
Geralmente, as operações que
estão sendo oferecidas às empresas brasileiras são as de pré-pagamento. As empresas que já têm
uma venda externa acertada procuram os bancos para antecipar o
crédito que têm para receber no
futuro. Quando a exportação é
consumada, o importador paga
diretamente ao banco credor.
Cláudia Hausner, diretora de
mercado de capitais do Banif Primus, confirma que o financiamento está voltando lentamente.
Segundo ela, não há a oferta de linhas novas, mas os bancos estão
reabrindo as que haviam sido
congeladas. "Os bancos voltaram
a ligar para empresas para dizer
que têm linhas", disse ela.
A informação é confirmada por
José Augusto de Castro, da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil). "Já há alguns bancos ligando para empresas de primeira linha para oferecer crédito.
Mas o setor não espera que antes
da eleição presidencial possa haver a normalização", diz.
Segundo o diretor de um banco
estrangeiro, embora algumas empresas estejam conseguindo renovar linhas que já possuíam, o mercado secundário de papéis de
operações de financiamento externo continua parado. Sinal de
que, se houver de fato uma recuperação em curso, será lenta.
Ontem, o presidente do BC, Armínio Fraga, disse, durante "conference call" com investidores,
que as linhas externas estão voltando. Um sinal disso seria a demanda reduzida pelas linhas leiloadas pelo BC.
Analistas, no entanto, não acreditam que a razão dessa rejeição
seja a retomada do financiamento. Segundo eles, a principal causa
da fraca demanda são as altas taxas embutidas nessas linhas.
O economista da consultoria
Tendências Danny Rappaport diz
que, se já é percebida no mercado
a volta de algumas linhas destinadas ao comércio exterior, em outras modalidades de crédito os negócios continuam parados.
"Linha de crédito pura e simples, que não se destina ao comércio exterior, quase não existe. Isso se reflete na grande dificuldade que as empresas enfrentam para
rolar suas dívidas externas", diz.
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