São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa acompanha queda das Bolsas mundiais; projeções para os juros voltam a superar 20%

Bolsa fecha com desvalorização de 2,33%

DA REPORTAGEM LOCAL

Afetada pelo dia no vermelho das Bolsas mundiais, a Bovespa encerrou o dia com baixa de 2,33%, com 10.135 pontos. O volume financeiro ficou dentro da média diária dos últimos meses, em R$ 501,143 milhões.
As ações do setor de telecomunicações lideraram as perdas ontem, puxadas pela baixa de 3,88% da Nasdaq, Bolsa eletrônica norte-americana.
O papel ordinário da Embratel teve desvalorização de 9,9% e o preferencial perdeu 8,8%. As ações preferenciais da Net (antiga Globo Cabo) caíram 9%.
Segundo analistas, a baixa do mercado paulista só não foi maior porque, no final da tarde, o Morgan Stanley anunciou uma pequena elevação em sua recomendação para a compra de ações brasileiras, diante de "um quadro político mais favorável".
O Brasil foi mais uma vez atingido pela aversão mundial ao risco, detonado pelos escândalos financeiros envolvendo empresas dos Estados Unidos. A tensão cresce com a possibilidade de um ataque dos EUA ao Iraque e a preocupação com a atividade econômica norte-americana.
Investidores globais registraram perdas em empresas consideradas como sólidas e fugiram de papéis que poderiam oferecer risco maior, como os brasileiros.
A crise externa coloca um freio na recuperação brasileira. O crescimento de José Serra (PSDB) nas pesquisas eleitorais permitiu que analistas esperassem uma semana mais positiva para o mercado doméstico. Por ser o candidato do governo, Serra é associado à manutenção da atual política econômica, o que agrada aos interesses do mercado.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros continuaram subindo. Os contratos negociados para janeiro de 2003, que concentram maior liquidez, fecharam em 20,32%.
Com a melhora do cenário interno na semana passada, as taxas caíram abaixo dos 20% na expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central pudesse fazer uso do viés de baixa para cortar os juros no Brasil.
As negociações do mercado futuro também se animaram com a possibilidade de o dólar cair abaixo de R$ 3 nesta semana, o que não ocorreu. Os C-Bonds, principais títulos da dívida externa brasileira, caíram 3,42% ontem.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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