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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa acompanha queda das Bolsas mundiais; projeções para os juros voltam a superar 20%
Bolsa fecha com desvalorização de 2,33%
DA REPORTAGEM LOCAL
Afetada pelo dia no vermelho
das Bolsas mundiais, a Bovespa
encerrou o dia com baixa de
2,33%, com 10.135 pontos. O volume financeiro ficou dentro da
média diária dos últimos meses,
em R$ 501,143 milhões.
As ações do setor de telecomunicações lideraram as perdas ontem, puxadas pela baixa de 3,88%
da Nasdaq, Bolsa eletrônica norte-americana.
O papel ordinário da Embratel
teve desvalorização de 9,9% e o
preferencial perdeu 8,8%. As
ações preferenciais da Net (antiga
Globo Cabo) caíram 9%.
Segundo analistas, a baixa do
mercado paulista só não foi maior
porque, no final da tarde, o Morgan Stanley anunciou uma pequena elevação em sua recomendação para a compra de ações
brasileiras, diante de "um quadro
político mais favorável".
O Brasil foi mais uma vez atingido pela aversão mundial ao risco,
detonado pelos escândalos financeiros envolvendo empresas dos
Estados Unidos. A tensão cresce
com a possibilidade de um ataque
dos EUA ao Iraque e a preocupação com a atividade econômica
norte-americana.
Investidores globais registraram perdas em empresas consideradas como sólidas e fugiram
de papéis que poderiam oferecer
risco maior, como os brasileiros.
A crise externa coloca um freio
na recuperação brasileira. O crescimento de José Serra (PSDB) nas
pesquisas eleitorais permitiu que
analistas esperassem uma semana mais positiva para o mercado
doméstico. Por ser o candidato do
governo, Serra é associado à manutenção da atual política econômica, o que agrada aos interesses
do mercado.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros continuaram subindo. Os
contratos negociados para janeiro
de 2003, que concentram maior
liquidez, fecharam em 20,32%.
Com a melhora do cenário interno na semana passada, as taxas
caíram abaixo dos 20% na expectativa de que o Copom (Comitê
de Política Monetária) do Banco
Central pudesse fazer uso do viés
de baixa para cortar os juros no
Brasil.
As negociações do mercado futuro também se animaram com a
possibilidade de o dólar cair abaixo de R$ 3 nesta semana, o que
não ocorreu. Os C-Bonds, principais títulos da dívida externa brasileira, caíram 3,42% ontem. (ANA PAULA RAGAZZI)
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