São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Operadoras querem evitar que a Anatel aprove hoje negócio da TIM

DA REPORTAGEM LOCAL

Vários representantes de operadoras de telefonia móvel e fixa vão acompanhar hoje atentamente a reunião do conselho da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Eles querem evitar que os conselheiros da agência aprovem a venda das ações da Telecom Italia para o banco Opportunity e os fundos de investimentos e pensão que representa.
O caso da venda de 18,3% das ações da Solpart (empresa que controla a operadora de telefonia fixa Brasil Telecom) que estavam nas mãos da Telecom Italia tem irritado diretores de empresas. Isso porque o negócio permitirá que os italianos coloquem em operação sua operadora de telefonia móvel TIM (Telecom Italia Mobile) em todo o país.
Empresas como a Telefônica Celular, TCO, Telesp Celular e BCP serão diretamente afetadas com a chegada da concorrência.
A principal reclamação de executivos de algumas dessas empresas é a atual falta de transparência da Anatel. "Pedimos para ver os detalhes da transação, e a Anatel não se manifestou", disse ontem Arnaldo Tibiriçá, vice-presidente jurídico da BCP.
Segundo ele, a atitude é incomum. "Desde o início do ano a Telecom Italia procura diminuir sua participação na Brasil Telecom. A Anatel sempre nos consultou sobre o assunto. Agora não temos acesso aos documentos."
Segundo um executivo de uma empresa de telefonia celular, a Telecom Italia e o Opportunity podem estar dando uma drible nas regras da Anatel.
Isso porque a autorização para que um sócio controlador de uma operadora de telefonia fixa possa entrar no ramo de celulares em 2002 somente seria dada se tivesse antecipado no ano passado as metas de universalização estabelecidas para 2003.
A Brasil Telecom não fez isso, ao contrário da Telemar e da Telefônica. Ao vender as ações para o Opportunity, a Telecom Italia (que ficou com 19,9% das ações da Solpart), estaria saindo temporariamente do grupo de controladores da empresa.
Para o executivo, a Telemar e a Telefônica simplesmente gastaram dinheiro à toa nos seus gastos de universalização. Executivos ouvidos pela Folha disseram que ainda não há nenhuma decisão de tentar impedir juridicamente o negócio. (LÁSZLÓ VARGA)


Texto Anterior: Nível de investimento produtivo no país não deve superar o de 2001
Próximo Texto: Ford poderá lançar carro movido a gasolina e a álcool no final de 2003
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.