São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Semana será "balizada" por novos índices de inflação

Mercado também aguarda dados da economia dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana começa em ritmo mais fraco, com o feriado pelo Dia do Trabalho nos Estados Unidos, hoje. Apenas na quarta-feira haverá eventos econômicos relevantes, com força para mexer com o mercado.
No Brasil, na quarta-feira haverá divulgação de importantes índices de inflação. Além do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), será conhecido o IGP-DI de agosto.
O IPCA é o índice de preços que o governo utiliza para monitorar sua meta de inflação. Se esse indicador se mantiver dentro do esperado, é mais forte a probabilidade de o Copom (Comitê de Política Monetária) dar continuidade ao processo de redução da taxa básica de juros.
Também na quarta-feira, será apresentado o Livro Bege nos Estados Unidos. O Livro Bege é uma compilação periódica feita pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA) com informações sobre a economia norte-americana.
Esse documento é importante para os investidores e analistas terem uma visão mais ampla sobre como "anda" a maior economia do mundo. O Livro Bege pode fortalecer a expectativa de que o Fed tem chances de manter os juros básicos americanos em patamar de 5,25% até o fim deste ano.
Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, espera que o Livro Bege "indique que o Fomc [o comitê do Fed que define os juros] deve manter ainda sem elevação a taxa básica do país". Com isso, Neves diz esperar, tanto no Brasil como no exterior, que "os mercados de ações tenham uma semana positiva".
Após o feriado pelo Dia da Independência (quinta-feira), que fechará o mercado financeiro doméstico, o BC (Banco Central) vai divulgar, na sexta, a ata da reunião do Copom.

Surpresa
Na semana passada, o Copom surpreendeu parte do mercado financeiro e cortou a taxa básica de juros (a Selic) de 14,75% para 14,25% anuais. Muitos analistas esperavam que a Selic caísse para 14,50%.
A ata trará explicações sobre os motivos que levaram os integrantes do comitê a decidirem reduzir a taxa básica em 0,50 ponto percentual.
Para o fim deste ano, a projeção média do mercado, segundo a última pesquisa semanal divulgada pela autoridade monetária, é a de que a taxa Selic estará em 14%.
"A agenda econômica da semana é um pouco fraca, e os mercados ainda contam com dois feriados, nos EUA na segunda-feira [hoje] e no Brasil na quinta. No entanto o Livro Bege e a ata do Copom podem causar algum impacto nas Bolsas", avalia a Link Corretora.
Apesar de o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre ter decepcionado o mercado, ficando mais fraco do que o esperado, a Bolsa de Valores de São Paulo teve uma sexta-feira de forte alta (3,03%). Na semana, a Bovespa registrou ganho de 3,82%.

Taxas menores
Os juros futuros recuaram em todos os contratos DI (Depósito Interfinanceiro) na semana passada nos pregões da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
A queda da taxa Selic acima do esperado por parte do mercado favoreceu a queda das projeções dos contratos DI.
No contrato mais negociado, que vence em janeiro de 2008, a taxa de juros saiu de 14,28% na segunda-feira para 13,90% no pregão de sexta.
No DI que vence na virada do ano -e projeta a Selic para o fim de 2006-, a taxa de juros recuou de 14,22% para 13,96% anuais no período.


Texto Anterior: Carioca vence disputa com carteira em alta de 31,29%
Próximo Texto: Indústria automobilística: Greve de metalúrgicos no ABC afeta 4ª fábrica da Volks
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.