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INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Greve de metalúrgicos no ABC afeta 4ª fábrica da Volks
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de hoje, a Volkswagen de São Carlos (interior de São Paulo) deve sentir
os efeitos da greve dos trabalhadores da unidade do ABC.
Em São Carlos, 500 empregados produzem 1.600 motores por dia para carros de todos os modelos da empresa.
"Os motores já se acumulam em São Carlos porque
não estão sendo enviados para o ABC. Alguns componentes necessários para sua fabricação também começam a
faltar", afirma Rosalino de
Jesus de Barros, presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos.
A fábrica da cidade é a
quarta do grupo VW afetada
pela greve de 12,4 mil empregados de São Bernardo do
Campo, iniciada há seis dias
em protesto contra a demissão de 1.800 trabalhadores.
Além da unidade do ABC, a
empresa concedeu folgas e
marcou férias coletivas em
São José dos Pinhais (PR) e
em Taubaté (SP).
Sem um acordo para reduzir custos, a Volkswagen diz
que pode demitir até 6.100
empregados e fechar a fábrica do ABC paulista.
Com a paralisação e seus
reflexos em outras unidades,
representantes dos trabalhadores estimam que entre
4.000 e 5.000 veículos já deixaram de ser produzidos.
Metade deles só no ABC paulista (Fox Europa, Pólo, Gol,
Kombi e Saveiro).
Em São José dos Pinhais,
onde a produção diária é de
800 carros (Fox, CrossFox e
Golf), 3.600 funcionários
não trabalharam na sexta e
no sábado por falta de peças
vindas de São Bernardo.
"Na segunda-feira [hoje],
os 1.100 empregados do primeiro turno devem continuar parados porque os carregamentos de peças não foram despachados do ABC para cá", afirma Jamil Dávila,
secretário do Sindicato dos
Metalúrgicos de Curitiba
(Força Sindical).
Protesto em revendas
O protesto nas revendas da
VW, marcado para quarta-feira em várias capitais, envolverá trabalhadores de
quatro montadoras do ABC
-Ford, DaimlerChrysler
(Mercedes-Benz), Scania e
Toyota-, que devem coordenar as manifestações.
"A idéia é levar grupos de
50 a 100 pessoas na porta de
cada concessionária", diz
Francisco Duarte de Lima, o
Alemão, diretor do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC.
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