São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

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Importações no setor são mais que o dobro das exportações, aponta pesquisa

DA SUCURSAL DO RIO

Em 2005, o valor das importações de bens e serviços de saúde (R$ 4 bilhões) no Brasil foi mais que o dobro do valor das exportações (R$ 1,9 bilhão).
O setor que mais depende das importações é o de farmoquímicos -o percentual de importados chegava a 83% da oferta desses produtos no país.
Indústrias farmoquímicas produzem insumos que serão usados na produção de medicamentos -elas não fabricam o medicamento pronto, mas a substância que, manipulada por um laboratório, originará o remédio que será vendido na farmácia ou para hospitais.
O diagnóstico de que o setor é dependente de importações não é novo, tanto que o governo, para diminuir o peso das importações, ampliou linhas de financiamento (previstas para chegar a R$ 3 bilhões até 2012) para a indústria farmacêutica no BNDES.
Segundo o diretor do Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde, Elias Jorge, as importações de farmoquímicos sofrem influência do câmbio e, por isso, oscilam de um ano para o outro.
Mesmo assim, como mostra a pesquisa do IBGE, a participação dos importados de 2000 a 2005 foi sempre superior a 70%, variando de 73% em 2000 a 94% em 2003.
"No curto prazo, é mais barato importar do que produzir aqui. Mas, a médio e a longo prazos, os investimentos compensam porque o fortalecimento da indústria nacional melhora o poder de compra do governo. No caso da saúde, no entanto, o mais importante é ter em mente que não se pode abrir mão da qualidade", afirma Jorge.
Para Ciro Mortella, presidente-executivo da Federação Brasileira da Indústria Famacêutica, o dado de que mais de 80% dos produtos farmoquímicos são importados não surpreende, já que a produção atualmente é globalizada.


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