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COMÉRCIO EXTERIOR
Após recordes, metas para a balança comercial são elevadas; superávit no ano deverá alcançar US$ 42 bi
Ministério já prevê exportações de US$ 117 bi
JULIANNA SOFIA
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Desenvolvimento reavaliou sua meta para as
exportações neste ano e aposta
que chegarão a US$ 117 bilhões
até dezembro. Segundo o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), o superávit da balança comercial deverá alcançar
US$ 42 bilhões, dependendo do
comportamento das importações
nos próximos meses.
Até agora, o governo vinha trabalhando com uma meta de US$
112 milhões para as exportações e
de US$ 38 bilhões para o saldo da
balança em 2005. Com as novas
projeções, Furlan avalia que também será preciso rever a meta para o ano que vem, que projetava
US$ 120 bilhões para as exportações. "Aparentemente a meta de
2006 precisará ser revista. Vamos
fazer isso no mês que vem", disse.
Ele afirmou que o Brasil não
precisa de superávits comerciais
tão elevados quanto os US$ 41 bilhões já alcançados nos últimos 12
meses. "Os US$ 40 bilhões são
exagerados. O Brasil não precisa
de superávits desse tamanho. Precisa de dinamismo na economia",
afirmou o ministro, que declarou
estar torcendo pela elevação das
importações.
Na avaliação dele, o desempenho do Brasil no comércio exterior é favorecido pelo cenário
mundial, com o crescimento dos
EUA, da China e de alguns países
europeus. Ele acrescentou, porém, que as empresas brasileiras
estão conseguindo diversificar
mercados. Furlan tentou minimizar os efeitos da crise política sobre a economia, afirmando que é
nas turbulências que se testa o
equipamento e a pilotagem. "Lá
no ministério, nunca pensamos
que o avião Brasil vai cair", disse.
Resultado de setembro
Mesmo com a queda do dólar, o
saldo da balança comercial continua crescendo e chegou a US$
4,329 bilhões no mês passado, segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento. O valor é 18%
maior do que o registrado em
agosto e foi obtido apesar da queda sofrida pelas exportações.
Em setembro, as vendas de produtos brasileiros ao exterior somaram US$ 10,635 bilhões, contra
US$ 11,346 bilhões observados em
agosto. A queda é creditada ao
menor número de dias úteis do
mês passado, o que afeta os embarques para fora do país.
O recuo nas exportações não
afetou o superávit da balança comercial porque foi acompanhado
por uma queda nas importações
-entre agosto e setembro, as
compras de mercadorias estrangeiras caíram de US$ 7,676 bilhões para US$ 6,306 bilhões.
No ano, o resultado também é
positivo: entre janeiro e setembro,
o saldo acumulado pela balança
ficou em US$ 32,671 bilhões
-perto dos US$ 33,666 bilhões
de todo o ano de 2004.
Efeito do dólar
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, minimizou o impacto que a queda do
dólar possa ter sobre o desempenho do comércio exterior. "Os
números mostram que, apesar de
tudo, as exportações continuam
crescendo", afirmou.
Do lado das importações, a expectativa é que haja um aumento
nas encomendas nos próximos
meses, devido à proximidade das
festas de fim de ano. Entre janeiro
e setembro deste ano, as compras
de máquinas e equipamentos fabricados em outros países totalizaram US$ 11,231 bilhões, valor
29% maior do que o registrado
em igual período de 2004. Já as encomendas de bens de consumo
cresceram 20,5% e chegaram a
US$ 6 bilhões.
Meziat disse que as importações
têm ficado abaixo do que o governo projetava. "Está havendo um
crescimento, mas não naquele nível que nós imaginávamos", disse. Segundo ele, espera-se que, no
ano que vem, a economia cresça
mais do que neste ano, o que deve
impulsionar as importações.
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