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Índice deve ficar mais "volátil" e mais "realista"
DA SUCURSAL DO RIO
O IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) reluta em dizer que o conjunto de
mudanças na base de cálculo
irá inflar o valor do PIB e minimiza os efeitos das alterações
em curso. Especialistas dizem,
porém, que o PIB tende a ficar
mais "volátil" e mais "realista".
"É uma estupidez dizer que
não vai mudar [o valor do PIB],
mas não vai ser uma tsunami,
uma catástrofe na economia
brasileira", reconhece Roberto
Olinto, coordenador das Contas Nacionais do IBGE, ao falar
da mudança no método de medir o PIB da administração pública.
Para ele, ainda é cedo para dizer que a base de cálculo "será
necessariamente alargada"
com informações de novas
fontes. "Eu diria que ela será
mais detalhada", declarou. A
única mudança que Olinto reconhece que ampliará o valor
do PIB é a forma de computação dos custos da administração pública.
Para Braulio Borges, da LCA,
a administração pública "era
um colchão de amortecimento" do PIB, pois sua variação
seguia o crescimento populacional, que está estacionado
nos últimos anos. Por isso, diz,
o PIB ficará mais "volátil".
Mérida Medina, economista
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), afirmou
que a tendência é elevar, de fato, o PIB do setor público. "Mas
são tantas mudanças que, no
geral, não se sabe para onde o
PIB irá", afirmou.
A economista do Ipea afirmou, porém, que as mudanças
são positivas: "O PIB se tornará
mais próximo da realidade. Está mudando para acompanhar
mesmo o que está acontecendo
na economia".
Borges também enxerga as
alterações como favoráveis, especialmente porque poderão
captar de modo mais eficiente a
economia informal.
Os dois especialistas acreditam ainda que a nova forma de
computar o sistema financeiro
também tende a ampliar o PIB,
ao deixar de estimar a produção do setor pela média do PIB.
Isso porque bancos, financeiras e outras firmas do ramo tiveram um desempenho acima
da média da economia nos últimos anos, o que deve continuar ocorrendo.
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