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Após 4 meses, estrangeiros voltam à Bolsa
Saldo externo fica positivo em R$ 182,34 mi em setembro; no acumulado do ano, resultado ainda é negativo em R$ 2,25 bi
Entre maio e agosto, Bovespa viu fuga líquida de recurso externo de R$ 5,6 bi,
sob o temor de aumento maior de juros nos EUA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de quatro meses perdendo recursos externos, a Bovespa pôde comemorar a entrada líquida de capital estrangeiro em seu pregão.
Em setembro, o saldo das
compras e vendas de ações de
companhias brasileiras feitas
por estrangeiros ficou positivo
em R$ 182,34 milhões.
A virada para terreno positivo nesse balanço só se deu nos
últimos dias do mês passado:
até o dia 25 de setembro, o saldo de negócios realizados pelos
estrangeiros estava negativo
em R$ 87,71 milhões.
Abril foi o último mês em que
esse balanço de compras e vendas de ações havia terminado
positivo (em R$ 1,19 bilhão).
Entre maio e agosto, a Bolsa de
Valores de São Paulo perdeu líquidos R$ 5,6 bilhões em capital externo.
O segmento adquiriu R$
14,377 bilhões em ações brasileiras no mês passado e vendeu
R$ 14,195 bilhões.
A volta do investidor estrangeiro para o mercado acionário
doméstico era aguardada havia
várias semanas.
O processo de fuga de dinheiro da Bolsa começou em meados de maio, quando o mercado
global se assustou com a possibilidade de os juros seguirem
subindo ainda por longo tempo
nos Estados Unidos.
Mas o Fed (Federal Reserve,
o banco central norte-americano) deixou de subir as taxas de
juros do país no começo de
agosto, após 17 elevações consecutivas.
A perspectiva de continuidade na elevação dos juros básicos americanos acabou por fazer com que as taxas pagas pelos títulos do Tesouro dos EUA
subissem. Em períodos assim,
os grandes fundos de investimento internacionais procuram se desfazer de ativos (como
ações e títulos da dívida) de
emergentes e correrem para os
papéis do Tesouro americano.
Foi esse movimento que prejudicou a Bolsa local.
Impulso
A entrada de recursos externos na Bolsa paulista nos últimos dias de setembro ajuda a
explicar o fato de o índice Ibovespa (que reúne as 56 ações de
maior liquidez) ter conseguido
valorização de 4,74% na semana passada.
Mas, no ano, o saldo ainda é
bastante ruim, ao marcar resultado negativo de cerca de R$
2,25 bilhões. Em 2005, esse balanço foi positivo em R$ 5,86
bilhões.
Os estrangeiros respondem,
em 2006, por 36% das operações realizadas na Bovespa.
Dessa forma, os movimentos
feitos por esse grupo de investidores são decisivos para o resultado da Bolsa. Nos períodos
em que as vendas de papéis de
empresas brasileiras por parte
do segmento batem fortemente
as compras, as chances de a
Bolsa subir encolhem substancialmente.
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