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Congressistas com mais doações do setor financeiro votaram "sim"
DE WASHINGTON
Os 263 congressistas que
aprovaram o Plano Bush, que
prevê a injeção de até US$ 700
bilhões em empresas em dificuldade por conta da crise financeira, receberam 41% mais
doações eleitorais dessa indústria, assim como dos setores
imobiliário e de seguridade, do
que os 171 que votaram contra.
O cálculo é do Center for Responsive Politics, de Washington, ONG que vigia o dinheiro
dado a políticos em eleições.
No geral, os congressistas
que optaram pelo "sim" ontem
receberam em média US$ 833
mil cada um dessas indústrias,
ante os US$ 589 mil que foram
destinados em média aos que
disseram "não". Apenas no ciclo eleitoral de 2007-2008, a diferença a favor dos que foram a
favor foi de 32%, ou US$ 182
mil ante US$ 138 mil.
Discrepância ainda maior foi
encontrada pela entidade na
votação de quarta à noite, em
que o Senado aprovou a medida
com folga. Os 74 senadores que
fecharam com o plano do governo receberam 139% mais
desses setores do que os 24 que
foram contrários, respectivamente US$ 3,9 milhões ante
US$ 1,7 milhão cada um em média. Estão excluídas as doações
a senadores quando eram pré-candidatos à Presidência, como
os democratas Hillary Clinton
e Joe Biden.
Desde 1989, os três setores
deram mais de US$ 2 bilhões
aos políticos de ambas as Casas
e seus partidos, ou cerca de
0,30% do total da lei aprovada
ontem. Do total, US$ 180 milhões foram dados apenas neste ciclo eleitoral. "Os amigos
mais próximos do setor financeiro no Congresso são claramente os que estão apoiando
essa medida", disse Sheila
Krumholz, diretora da ONG.
Quando é feita a divisão por
partido, os republicanos parecem mais comprometidos com
os setores em questão que os
democratas. Na votação de ontem, os "sim" do partido governista levaram em média US$ 1
milhão das indústrias em campanhas eleitorais, ante US$ 731
mil doados em média aos oposicionistas. Na de quarta, a proporção é inversa, com democratas mais beneficiados.
Tão logo a aprovação foi
anunciada, os candidatos majoritários à Casa Branca soltaram
declarações em que batem seus
próprios tambores. "Estou feliz
que tenha suspendido minha
campanha para voltar a Washington e ajudar a levar os congressistas republicanos à mesa
de negociações", disse John
McCain. "Sou grato aos congressistas democratas com
quem falei pessoalmente e que
apoiaram o plano de resgate",
declarou Barack Obama.
(SD)
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