|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Wachovia diz agora que aceita oferta do Wells Fargo, e Citigroup pode bloquear
DA REDAÇÃO
Em uma reviravolta surpreendente, o Wells Fargo
anunciou a aquisição do Wachovia, dias depois de o Citigroup afirmar que tinha comprado aquele que era o quarto
maior banco dos Estados Unidos, em uma operação coordenada pelo governo americano.
O Wachovia disse que não há
nada que o impeça de concretizar a venda para o Wells Fargo,
o quinto maior bancos dos
EUA, mas o Citigroup afirmou
que houve uma "violação clara"
no acordo de exclusividade entre as duas instituições. O Citigroup não confirmou se pretende entrar na Justiça para
impedir o negócio.
Segundo o acordo assinado
na segunda-feira com o Citigroup, o Wachovia concordou
em não "entrar ou participar de
qualquer discussão ou negociação com uma terceira parte que
está buscando fazer ou fez uma
proposta de aquisição". Além
de discutir a sua venda para o
Citigroup no final de semana
passado, o Wachovia chegou a
negociar com o Wells Fargo.
De acordo com o "Wall Street
Journal", executivos do Wachovia não negam o acordo assinado com o Citigroup, mas
que a obrigação deles com os
acionistas do banco os fez aceitar a proposta superior do
Wells Fargo, apesar da possibilidade de um processo. Ainda
segundo o jornal, o Citigroup
pode aumentar a sua oferta.
A proposta do Wells Fargo é
muito diferente da oferecida
pelo Citigroup. A nova oferta
envolve o pagamento de US$ 7
por ação do Wachovia, em um
total de US$ 15,4 bilhões, não
envolve a ajuda do governo federal e a assunção do banco dos
prováveis prejuízos.
O Citigroup propôs US$ 1 por
ação (ou US$ 2,2 bilhões) e a
FDIC (órgão que garante operações do setor bancário dos
Estados Unidos) concordou em
absorver os prejuízos do Wachovia que superarem o teto de
US$ 42 bilhões (a exposição total da instituição financeira a
créditos imobiliários é de US$
312 bilhões). Em contrapartida,
o órgão receberia US$ 12 bilhões em ações e garantias do
Citigroup.
A FDIC, que coordenou a
venda, afirmou ontem, em nota, que "respeita o acordo já
anunciado com o Citigroup",
mas estudará "todas as propostas para encontrar uma solução
que sirva aos interesses dos cidadãos". Já o Fed (o banco central dos Estados Unidos) disse
que ainda não analisou a proposta do Wells Fargo e as
"questões que ela levanta".
Caso seja fechado o negócio
entre Wachovia e Wells Fargo,
ainda assim o Citigroup continuará a ser a terceira maior instituição financeira em número
de ativos dos EUA. O Bank of
America e o JPMorgan Chase
são os dois primeiros.
O negócio, anunciado na manhã de ontem, ajudou as Bolsas
americanas a abrirem o dia em
alta de mais de 1%, mas, depois
de a Câmara dos Representantes aprovar o pacote de ajuda,
as atenções se voltaram para o
aperto no crédito e os dados negativos de emprego. O índice
Dow Jones, o principal da Bolsa
de Nova York, fechou com queda de 1,50%. O S&P 500, mais
amplo, caiu 1,35%.
As ações do Wachovia subiram 58,82%, na maior alta do
dia. Os papéis do Citigroup foram os que mais recuaram,
18,44%, e os do Wells Fargo tiveram queda de 1,71%.
Também ontem, a AIG, seguradora que recebeu empréstimo no mês passado de US$ 85
bilhões do governo americano,
afirmou que vai começar a vender parte dos seus ativos, o que
deve reduzir pela metade o faturamento da empresa.
Com "The New York Times"
Texto Anterior: EUA têm maior corte no emprego em 5 anos Próximo Texto: Aperto: Crise faz Califórnia pedir socorro ao tesouro Índice
|