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MERCADO GLOBAL
Sinais de pressão inflacionária derrubam Bolsa de NY e ação do BCE
Desemprego nos EUA segura euro
DA REDAÇÃO
A manutenção da taxa de desemprego dos EUA em seu menor
índice em 30 anos e salários em alta derrubaram a Bolsa de Nova
York e frearam a valorização do
euro diante do dólar ontem.
O BCE (Banco Central Europeu) comprou euros, com o objetivo de fortalecer a sua moeda. Ela
chegou a subir, mas logo caiu
diante do dólar, abatida pela falta
de credibilidade e pelo temor de
pressão inflacionária nos EUA.
Economia norte-americana
A taxa de desemprego de outubro nos EUA permaneceu no menor patamar em 30 anos -3,9%,
o mesmo valor de setembro.
Se o fato isolado já poderia levantar preocupações, a divulgação dos ganhos dos trabalhadores
criou mais instabilidade.
Em outubro, os salários por horas trabalhadas tiveram aumento
de 0,4% -o maior verificado no
país desde abril. Em setembro, a
alta havia sido de 0,2%.
O que pode parecer uma boa
notícia é, de fato, uma preocupação para a economia do país.
A combinação entre desemprego baixo e pessoas ganhando bem
pode estimular o consumo e gerar
inflação. Do mesmo modo, salários maiores também podem
obrigar donos de fábricas a aumentar o custo de seus produtos
-o que também geraria inflação.
Analistas esperavam para outubro taxa de desemprego de 4% e
elevação média de 0,3% no salário
por hora trabalhada.
No entanto outubro também
registrou criação de menos vagas
novas, quando comparado ao
mês de setembro. Em outubro foram criados 137 mil novos postos
de trabalho, ante 195 mil em setembro.
Os pedidos às fábricas dos EUA,
divulgados ontem, aumentaram
1,6% em setembro, totalizando
US$ 388,6 bilhões, ante crescimento de 2% em agosto.
Segundo o Departamento de
Comércio, os pedidos foram impulsionados pela grande procura
por equipamentos eletrônicos e
veículos. O resultado ficou bem
acima do estimado pelos analistas
-alta de 0,9%.
A Bolsa de Nova York operou
no vermelho durante todo o dia
devido ao medo de que a pressão
inflacionária no país estimule o
Federal Reserve (BC do país) a
elevar as taxas de juros.
A Nasdaq (Bolsa eletrônica que
concentra ações de tecnologia)
conseguiu operar no azul e fechou
em alta de 0,66%, estimulada pelos resultados positivos de algumas empresas do setor de tecnologia.
O Dow Jones (principal indicador da Bolsa de Nova York) caiu
0,57%, também afetado pelo clima de ansiedade política que existe no país. As eleições presidenciais são na próxima semana.
Intervenção
O BCE fez ontem sua segunda
intervenção para fortalecer o euro. A primeira havia sido uma
ação conjunta entre ele, o Fed e o
Banco do Japão em setembro, que
falhou em sustentar a alta da moeda por mais de alguns dias.
O BCE não divulgou o quanto
injetou no mercado. O euro chegou a subir para US$ 0,8796, mas
terminou cotado a US$ 0,8631 em
Londres -na quinta-feira a moeda havia sido cotada a US$ 0,8601.
Segundo analistas, o BCE foi
malsucedido pois o banco não
conseguiu dar credibilidade à
moeda e também por ter sofrido
os efeitos da instabilidade que os
indicadores dos EUA geraram.
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