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MERCADO TENSO
Moeda norte-americana teve alta de 1,25% e fechou em R$ 1,943, o maior nível desde outubro de 99
Tensão na Argentina faz o dólar disparar
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de câmbio reagiu
com nervosismo à declaração do
ex-presidente da Argentina Raul
Alfonsín e, pressionado pela baixa
liquidez de ontem, o dólar comercial subiu 1,25% para fechar em
R$ 1,943 (cotação para venda).
A moeda norte-americana não
atingia esse nível desde outubro
do ano passado.
Alfonsín disse que a declaração
de moratória seria a solução para
a crise econômica do país.
Como muitos investidores resolveram emendar o feriado, o
volume negociado diminuiu, o
que aumentou a pressão sobre a
moeda norte-americana.
"A falta de liquidez no mercado
facilitou a forte elevação do dólar
ontem. Mas acho que houve um
certo exagero na cotação final",
afirma Mário Battistel, da corretora Novação.
O dólar fechou próximo da cotação máxima do dia -R$
1,945-, com a maior alta percentual em um dia desde 13 de abril
deste ano.
"Se a declaração do ex-presidente tivesse sido em um dia normal, longe do feriado, o dólar não
teria subido tanto. E a palavra
moratória sempre tem um efeito
muito forte sobre os mercados latinos", disse um operador de uma
grande corretora.
Com a alta de ontem, a moeda
norte-americana acumulou alta
de 1,46% na semana.
O Ptax (preço médio do dólar
medido diariamente pelo Banco
Central) também fechou em alta,
de 0,98%.
Analistas acreditam que na segunda-feira, desde que não haja
nenhuma outra notícia negativa
vinda do exterior no fim-de-semana, o mercado deva ceder um
pouco, e a cotação da moeda, cair.
O dólar começou a subir fortemente no mês passado, refletindo
a preocupação do mercado com o
cenário externo.
A volatilidade nos preços do petróleo, que piorou depois do início dos combates entre palestinos
e israelenses, e os problemas político-econômicos da Argentina,
foram os principais motivos
apontados nas últimas semanas
para a pressão sobre a moeda.
O medo do reflexo da alta do petróleo nas contas do país e o receio de que a crise na Argentina
atinja o Brasil por "contágio" fez
com que empresas e instituições
financeiras passassem a procurar
a moeda norte-americana de forma mais intensa em busca de
"hedge" (proteção contra as oscilações do câmbio). Especuladores
também aproveitaram o momento para pressionar a cotação da
moeda.
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