São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SALÁRIOS
Benefício deve ser pago até o dia 20 de dezembro
Dieese diz que décimo terceiro vai injetar R$ 23 bilhões na economia

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento do 13º salário aos trabalhadores e aposentados despejará R$ 22,99 bilhões na economia este ano, o equivalente a 2,17% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país).
O cálculo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos) foi divulgado ontem.
A maior parte dessa massa de recursos será paga agora no final do ano, a partir de 20 deste mês. Mas uma parte menor, que o Dieese não sabe precisar o tamanho, já foi paga sob forma de adiantamento. Muitas pessoas recebem metade do 13º nas férias e algumas categorias têm acordos que garantem o pagamento do benefício na metade do ano.
O valor de R$ 22,99 bilhões é apenas uma estimativa, considerada "razoável" pelos técnicos do Dieese. Para chegar a esse número, o Dieese tomou como base que 50,56 milhões de pessoas recebem o benefício este ano no país. Mas o próprio texto do estudo afirma que é muito difícil afirmar com precisão quantas pessoas recebem o abono.
Os aposentados beneficiados pelo 13º serão 19,39 milhões, que receberão R$ 5,31 bilhões do total. Sobre esse número não há dúvidas, pois consta do cadastro do INSS de setembro deste ano.
A aproximação fica por conta dos trabalhadores da ativa. O Dieese usou como base de seu estudo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), feita pelo IBGE no ano passado. Assim, chega-se à conclusão de que 31,17 milhões de trabalhadores ocupados recebem R$ 17,68 bilhões em 13º este ano.
"Usamos o dado da Pnad do ano passado e corrigimos pela inflação", afirma o economista Wilson Amorin, do Dieese.
O número de empregados subiu de 99 para cá, mas o rendimento do trabalhador, em média, caiu. Por isso, segundo ele, pode-se dizer que a massa salarial deste ano é a mesma de 99 em termos reais.
Para Amorin, quem receber o abono deve, antes de tudo, usá-lo para quitar ou abater dívidas.
O economista acredita em um crescimento do consumo neste final de ano, principalmente de itens de menor valor. "Por último, se sobrar algum dinheiro, este será destinado a investimentos."



Texto Anterior: Busca de oportunidades: Pinheiros concentra formal e informal
Próximo Texto: Panorâmica: CEF reduzirá limite de investimento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.