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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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RETOMADA?

Crescimento das compras de bens de capital indica reativação da economia; exportações em outubro são recorde

Importação de máquinas aumenta 31%

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As importações de máquinas e equipamentos tiveram alta de 30,9% no mês passado em relação a outubro de 2002, o que pode ser visto como mais um indicador da retomada dos investimentos produtivos no país. Como as exportações também subiram, fechando o mês em US$ 7,566 bilhões, novo recorde mensal, o superávit acumulado neste ano passou para US$ 20,340 bilhões.
Em outubro, o Brasil comprou do exterior US$ 1,143 bilhão em máquinas e equipamentos, valor que também representou um crescimento de 23,7% em relação ao mês anterior, conforme os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento."O dado revela que, de fato, as empresas estão comprando bens de capital para reaparelhar o parque industrial", diz o secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho.
O crescimento das compras de bens de capital não é o único indicador positivo para a economia. As importações de insumos no mês passado chegaram a US$ 2,548 bilhões, 18,1% a mais que em outubro de 2002. "As importações de matérias-primas e bens intermediários estão diretamente vinculadas à produção industrial", disse Ramalho.
O aumento total das importações, em outubro, foi de 17,3%. Graças ao resultado, pela primeira vez no segundo semestre, o valor das compras acumulado no ano ultrapassou o do mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro, as importações somaram US$ 40,016 bilhões, 0,2% a mais que nos primeiros dez meses de 2002. A retomada das compras externas começou em setembro.
Embora o ritmo de crescimento das compras externas tenha sido um pouco superior ao das vendas, que foi de 16,9%, o país obteve um saldo comercial de US$ 2,543 bilhões -o terceiro melhor do ano.

Estados Unidos
As exportações recordes de US$ 7,566 bilhões no mês passado foram obtidas mesmo com uma queda de 6% nas vendas para o maior comprador individual do país, os Estados Unidos.
A queda de exportações para os norte-americanos foi mais que compensada pelo aumento das vendas para os argentinos (119,8%) e para a China (60,3%). A China é atualmente o segundo maior mercado para o Brasil, e a Argentina, o terceiro. O sócio brasileiro no Mercosul, que já foi o segundo maior mercado, terminou o ano passado em sexto lugar devido à crise interna.
É o segundo mês consecutivo em que as exportações ultrapassam os US$ 7 bilhões -foram de US$ 7,28 bilhões em setembro. É a primeira vez, no entanto, que as exportações de bens industrializados passam de US$ 4 bilhões. Em outubro, o volume de vendas de produtos básicos (US$ 2,387 bilhões) e industrializados (US$ 4,014 bilhões) foram recordes.
As exportações acumuladas no ano também são recordes -US$ 60,356 bilhões. Como as importações somam US$ 40,016 bilhões, o saldo comercial está em US$ 20,34 bilhões, outro recorde. A meta para este ano é de um superávit de US$ 22 bilhões.


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