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País "merece respeito" do FMI, diz Alencar
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente interino da República, José Alencar, disse que o
Brasil "merece um tratamento
respeitoso" do FMI (Fundo Monetário Internacional) e sugeriu
que o fundo pode considerar os
pleitos do país num novo acordo.
Questionado se o Brasil conseguiria incluir melhores condições
num eventual novo contrato,
Alencar afirmou: "Se há um país
que merece um tratamento respeitoso [diferenciado] por parte
do FMI, é o Brasil".
"Esse tratamento respeitoso
não é por acaso. É pelo comportamento que o Brasil tem adotado",
afirmou Alencar, em entrevista,
após a abertura do 44º Congresso
da Ilafa (Instituto Latino-Americano do Ferro e Aço), no Rio.
O Brasil discute com o Fundo a
prorrogação do atual acordo, que
vence neste ano.
Alencar não afirmou quais as
novas bases que o governo quer
negociar com o Fundo. Uma missão do FMI está no Brasil para
analisar dados do atual acordo.
O presidente interino voltou a
criticar as altas taxas de juro. Indagado sobre o nível dos juros no
mercado, sua resposta foi lacônica: "Um roubo".
Ele atacou ainda os "spreads"
bancários. "São os mais altos do
mundo. Há casos de "spreads" de
700% em relação à taxa básica. Isso não pode continuar. É um forte
inibidor do crescimento."
Segundo Alencar, "enquanto o
custo de capital for mais elevado
do que a remuneração de uma atividade produtiva, não há investimento". Ou seja: o investidor prefere deixar o dinheiro numa aplicação a que investi-lo numa fábrica, por exemplo.
Em relação à Alca (Aérea de Livre Comércio das Américas), defendeu uma participação mais
ativa dos empresários. Disse que o
Itamaraty deveria ouvir mais o setor produtivo e que nenhum tipo
de ideologia deve "perturbar" as
negociações. "O Itamaraty é ideal
para formatar as negociações,
desde que bem assessorado pelos
setores que conhecem produção e
mercado internacional", afirmou.
Alencar disse que o único interesse do Brasil na Alca deve ser o
econômico: "Temos de negociar
com firmeza, sem nenhum tipo
de ideologia que perturbe os trabalhos de negociação".
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