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AUTOMÓVEIS
Aumento em relação a setembro foi de 12,6%
Corte no IPI leva venda de carro ao maior nível desde maio de 2001
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas de veículos no mercado interno registraram em outubro o nível mais alto em um ano e
meio. Foram comercializados
140,8 mil veículos (inclui carros,
ônibus e caminhões), o que representa uma expansão de 12,6% sobre as 125.035 unidades vendidas
em setembro passado.
Não se comercializavam tantas
unidades desde as 160,6 mil de
maio de 2001. Comparado a outubro de 2002, a expansão foi de
1,3% -naquele mês, haviam sido
vendidos 140,4 mil veículos. Os
números oficiais serão apresentados pela Anfavea (associação das
montadoras) na quinta-feira.
O resultado é expressivo ainda
se considerado que, até então, setembro despontava como o melhor mês em vendas de 2003.
No acumulado do ano, foi comercializado 1,128 milhão de veículos, ante o 1,227 milhão nos dez
primeiros meses de 2002 -queda
de 8,1%. Mesmo que em novembro e dezembro o setor repita de
forma consecutiva o desempenho
registrado em outubro, não conseguirá igualar o fechamento do
ano passado: encerraria 2003 com
no máximo 1,41 milhão de unidades vendidas contra o 1,48 milhão
do ano passado.
Novembro e dezembro historicamente são meses de vendas
mais baixas que outubro. Dessa
forma, as montadoras mantiveram a previsão de amargar queda
de 5% nas vendas neste ano.
Mas há outro fator: em 30 de novembro se encerra a vigência da
redução de três pontos percentuais na alíquota de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
para veículos de até 2.000 cc. O benefício fiscal, vigente desde 6 de
agosto, a despeito de resultar em
uma queda média de 0,9% nos
preços entre agosto e setembro,
acabou servindo de estímulo aos
consumidores. Montadoras e
concessionárias alegam que, por
já operarem com margens curtas,
terão que repassar para os preços
o fim do benefício -o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
declarou que não será renovado.
As montadoras sofrerão ainda,
a partir deste mês, o impacto da
concessão do reajuste salarial e
aumento real para seus empregados. Algumas empresas já fizeram
acordo para conceder 15,7% de
reposição de perdas da inflação,
mais 2% de aumento real - impacto de 12,1% nos pagamentos.
De qualquer forma, a determinante para os resultados de setembro e outubro, foi a queda nos juros -e a consequentemente melhora nas condições de financiamentos. Desde junho, a taxa Selic caiu 7,5 pontos percentuais-de 26,5% para 19%.
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