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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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AUTOMÓVEIS

Aumento em relação a setembro foi de 12,6%

Corte no IPI leva venda de carro ao maior nível desde maio de 2001

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de veículos no mercado interno registraram em outubro o nível mais alto em um ano e meio. Foram comercializados 140,8 mil veículos (inclui carros, ônibus e caminhões), o que representa uma expansão de 12,6% sobre as 125.035 unidades vendidas em setembro passado.
Não se comercializavam tantas unidades desde as 160,6 mil de maio de 2001. Comparado a outubro de 2002, a expansão foi de 1,3% -naquele mês, haviam sido vendidos 140,4 mil veículos. Os números oficiais serão apresentados pela Anfavea (associação das montadoras) na quinta-feira.
O resultado é expressivo ainda se considerado que, até então, setembro despontava como o melhor mês em vendas de 2003.
No acumulado do ano, foi comercializado 1,128 milhão de veículos, ante o 1,227 milhão nos dez primeiros meses de 2002 -queda de 8,1%. Mesmo que em novembro e dezembro o setor repita de forma consecutiva o desempenho registrado em outubro, não conseguirá igualar o fechamento do ano passado: encerraria 2003 com no máximo 1,41 milhão de unidades vendidas contra o 1,48 milhão do ano passado.
Novembro e dezembro historicamente são meses de vendas mais baixas que outubro. Dessa forma, as montadoras mantiveram a previsão de amargar queda de 5% nas vendas neste ano.
Mas há outro fator: em 30 de novembro se encerra a vigência da redução de três pontos percentuais na alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos de até 2.000 cc. O benefício fiscal, vigente desde 6 de agosto, a despeito de resultar em uma queda média de 0,9% nos preços entre agosto e setembro, acabou servindo de estímulo aos consumidores. Montadoras e concessionárias alegam que, por já operarem com margens curtas, terão que repassar para os preços o fim do benefício -o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) declarou que não será renovado.
As montadoras sofrerão ainda, a partir deste mês, o impacto da concessão do reajuste salarial e aumento real para seus empregados. Algumas empresas já fizeram acordo para conceder 15,7% de reposição de perdas da inflação, mais 2% de aumento real - impacto de 12,1% nos pagamentos.
De qualquer forma, a determinante para os resultados de setembro e outubro, foi a queda nos juros -e a consequentemente melhora nas condições de financiamentos. Desde junho, a taxa Selic caiu 7,5 pontos percentuais-de 26,5% para 19%.


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