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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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TRABALHO

Montadora foi a única que não fechou acordo

Greve na Volks afeta produção do Gol, que já falta em concessionária

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve da Volkswagen em São Bernardo do Campo, parada há cinco dias e meio, já afeta a produção do Gol. O fornecimento de peças para a fábrica de Taubaté também foi prejudicado. Os funcionários dessa unidade estão em licença-remunerada desde sexta-feira, informa a montadora.
Segundo a comissão de fábrica do ABC, dos 950 veículos produzidos por dia, 570 são do Gol. Duas concessionárias em São Paulo informaram que a fila de espera de clientes interessados no modelo ultrapassa 15 dias. Na Zamora, estão em falta as versões Special Geração 3 e 1.6 Power. "A greve está afetando as vendas", diz Elias Monteiro, proprietário da revenda. Na Primo Rossi, além do Gol 1.6, o Polo também está em falta no estoque, informa Victório Rossi, dono da concessionária.
O clima de tensão na fábrica do ABC levou a empresa a reforçar a segurança. A Volks não comenta o assunto, mas a Folha apurou que cem seguranças foram contratados para atuar em dois setores: RH e diretoria. "Houve um empurra-empurra entre seguranças e trabalhadores, mas sem incidentes graves nem danos ao patrimônio", diz Valdir Freire Dias, coordenador da comissão.
A Volks é a única montadora de São Paulo que não fechou acordo salarial e vai aguardar o resultado da decisão da Justiça do Trabalho, que julga hoje a greve no setor a pedido do Sinfavea (sindicato dos fabricantes de veículos). A proposta do setor era conceder 15,7% de reajuste para salários até R$ 4.200. Acima disso, haveria um valor fixo de R$ 649,50.
A Volks informou que mantém a proposta inicial do setor por coerência ao processo de reestruturação enfrentado pela montadora que resultou em custos para fazer demissões na fábrica.
A GM fechou ontem acordo em São José dos Campos e de São Caetano. Quinta empresa a conceder aumento real, a GM vai dar 18,01% a partir de 1º de janeiro para quem ganha até R$ 5.000. Acima disso, pagará R$ 785 no ABC e R$ 787 no interior. Como o reajuste não é feito nos salários deste ano, vai pagar abono de R$ 2.060 -metade no dia 20 e metade em dezembro.
Em São Paulo, os metalúrgicos ligados à Força Sindical fecharam ontem 18 acordos com indústrias do grupo 10 para 4.350 operários. Os acordos garantem reajuste de 17% e foram obtidos após paralisações em 26 fábricas, informa o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Hoje devem parar 33 empresas. Os metalúrgicos pediam 20% de reajuste e aumento salarial, além de renovação das cláusulas sociais.
Já os químicos de São Paulo fazem assembléias a partir de hoje para avaliar proposta do setor: 16% de reajuste para salários até R$ 4.500 e acima disso, R$ 720. Eles reivindicavam 20%. Os padeiros adiaram a decisão de entrar em greve a partir desta semana. A categoria quer 16,28% de reajuste e aumento real de 5%.


Colaborou Fabiano Falsi, do "Agora"


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