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TRABALHO
Montadora foi a única que não fechou acordo
Greve na Volks afeta produção do Gol, que já falta em concessionária
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve da Volkswagen em São
Bernardo do Campo, parada há
cinco dias e meio, já afeta a produção do Gol. O fornecimento de
peças para a fábrica de Taubaté
também foi prejudicado. Os funcionários dessa unidade estão em
licença-remunerada desde sexta-feira, informa a montadora.
Segundo a comissão de fábrica
do ABC, dos 950 veículos produzidos por dia, 570 são do Gol.
Duas concessionárias em São
Paulo informaram que a fila de espera de clientes interessados no
modelo ultrapassa 15 dias. Na Zamora, estão em falta as versões
Special Geração 3 e 1.6 Power. "A
greve está afetando as vendas",
diz Elias Monteiro, proprietário
da revenda. Na Primo Rossi, além
do Gol 1.6, o Polo também está em
falta no estoque, informa Victório
Rossi, dono da concessionária.
O clima de tensão na fábrica do
ABC levou a empresa a reforçar a
segurança. A Volks não comenta
o assunto, mas a Folha apurou
que cem seguranças foram contratados para atuar em dois setores: RH e diretoria. "Houve um
empurra-empurra entre seguranças e trabalhadores, mas sem incidentes graves nem danos ao patrimônio", diz Valdir Freire Dias,
coordenador da comissão.
A Volks é a única montadora de
São Paulo que não fechou acordo
salarial e vai aguardar o resultado
da decisão da Justiça do Trabalho,
que julga hoje a greve no setor a
pedido do Sinfavea (sindicato dos
fabricantes de veículos). A proposta do setor era conceder 15,7%
de reajuste para salários até R$
4.200. Acima disso, haveria um
valor fixo de R$ 649,50.
A Volks informou que mantém
a proposta inicial do setor por
coerência ao processo de reestruturação enfrentado pela montadora que resultou em custos para
fazer demissões na fábrica.
A GM fechou ontem acordo em
São José dos Campos e de São
Caetano. Quinta empresa a conceder aumento real, a GM vai dar
18,01% a partir de 1º de janeiro para quem ganha até R$ 5.000. Acima disso, pagará R$ 785 no ABC e
R$ 787 no interior. Como o reajuste não é feito nos salários deste
ano, vai pagar abono de R$ 2.060
-metade no dia 20 e metade em
dezembro.
Em São Paulo, os metalúrgicos
ligados à Força Sindical fecharam
ontem 18 acordos com indústrias
do grupo 10 para 4.350 operários.
Os acordos garantem reajuste de
17% e foram obtidos após paralisações em 26 fábricas, informa o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo. Hoje devem parar 33
empresas. Os metalúrgicos pediam 20% de reajuste e aumento
salarial, além de renovação das
cláusulas sociais.
Já os químicos de São Paulo fazem assembléias a partir de hoje
para avaliar proposta do setor:
16% de reajuste para salários até
R$ 4.500 e acima disso, R$ 720.
Eles reivindicavam 20%. Os padeiros adiaram a decisão de entrar em greve a partir desta semana. A categoria quer 16,28% de
reajuste e aumento real de 5%.
Colaborou Fabiano Falsi, do "Agora"
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