São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMÉRCIO EXTERIOR

País comprou US$ 5,836 bi em outubro, o maior valor mensal da história; reaquecimento é a principal causa

Importações batem recorde com retomada

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As importações brasileiras de outubro -US$ 5,836 bilhões- foram as maiores da história. O recorde anterior ainda era do período antes da desvalorização do real, em janeiro de 1999, que encareceu os produtos importados no país. Em julho de 1997, o país havia importado US$ 5,783 bilhões.
O incremento das importações, no entanto, não afetou o desempenho global da balança comercial, que apresentou um superávit de US$ 3,007 bilhões em outubro -uma variação pequena em relação ao registrado no mês anterior, que fora de US$ 3,172 bilhões.
Nos dez primeiros meses deste ano, as exportações superam as importações em US$ 28,121 bilhões. As exportações no mês somaram US$ 8,843 bilhões, 16,9% a mais que no mesmo período do ano passado.
Com a retomada do crescimento econômico, as compras externas sobem desde junho. O bom desempenho das importações no segundo semestre garantiu um outro recorde: as compras efetuadas entre janeiro e outubro deste ano -US$ 51 bilhões- também são as maiores da história. O recorde anterior para o período era também de 1997 (US$ 49,180 bilhões), época em que o real praticamente equivalia a um dólar -atualmente, a cotação da moeda brasileira está em R$ 2,83.
"As importações vão se manter nesse nível. Elas decorrem da própria retomada dos investimentos", afirma o diretor do Decom (Departamento de Defesa Comercial), Armando Meziat, que divulgou ontem os dados da balança comercial.
As importações que mais cresceram do ano, quando se exclui o petróleo, foram as de insumos. Esses produtos são usados pela indústria para fabricar bens de consumo final, o que indica um aumento na produção. De janeiro a outubro deste ano, as importações de insumos somaram US$ 27,350 bilhões, um crescimento de 28,7% com relação ao mesmo período de 2003.
Todas as grandes categorias de importação apresentaram altas substanciais no período (acima de 15%), com exceção das compras de automóveis que tiveram um decréscimo de 6,9%.
Segundo Meziat, os investimentos na produção de carros no Brasil limitaram as importações para apenas alguns carros de alto luxo.


Texto Anterior: Painel S.A.
Próximo Texto: Comércio exterior: Compra de insumo é a que mais sobe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.