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COMÉRCIO EXTERIOR
Categoria de produtos responde pela maioria das importações
Compra de insumo é a que mais sobe
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO
No mês de outubro, quando
também se exclui o petróleo, as
compras externas que mais cresceram foram de novo as de insumos (19,1%). Além de ter o maior
crescimento, essa categoria de
produtos é a responsável pela
maior parte das importações. No
total, as importações cresceram
16% em outubro em relação ao
mesmo mês do ano passado. O
número só não foi maior porque
outubro de 2003 teve três dias
úteis a mais.
No mês passado houve, no entanto, uma queda de 10% nas
compras de bens de capital. O número não preocupa os técnicos
do Ministério do Desenvolvimento, pois em outubro do ano passado houve importações de bens de
capital acima da média. As importações de automóveis também
tiveram uma queda de 33,9% no
mesmo período.
Apesar do bom desempenho
das importações, as vendas externas brasileiras continuam crescendo num ritmo mais acelerado.
Nos primeiros dez meses do ano,
o país exportou US$ 79,121 bilhões -31,1% a mais que no mesmo período de 2003. O valor é recorde histórico. As importações,
por sua vez, apresentaram um
crescimento de 27,4%.
Graças ao bom desempenho
das vendas, o superávit comercial
está em US$ 28,121 bilhões -outro recorde. A meta é chegar a
US$ 32 bilhões até o final do ano,
resultado de exportações de US$
94 bilhões e importações de US$
62 bilhões.
Caso esses dados provem estar
corretos, o Brasil pode aumentar
sua participação no comércio global -de cerca de 1% que detinha
ao final de 2003 para 1,3%.
Armando Meziat, diretor do
Decom (Departamento de Defesa
Comercial), não quis fazer nenhuma projeção sobre o desempenho da balança comercial do
próximo ano. Afirmou apenas
que "existe uma sensação de que
os preços (de algumas commodities) não vão se manter". Disse, no
entanto, que é cedo para fazer
projeções, pois o resultado final
depende dos preços e do volume
das vendas. O governo espera, porém, um superávit menor que o
previsto para este ano.
O ministro Luiz Fernando Furlan faz, publicamente, projeções
positivas para o desempenho da
balança comercial brasileira para
o próximo ano. No início de outubro, por exemplo, ele estimou que
as vendas externas podem atingir
US$ 100 bilhões no ano que vem.
Haverá, porém, percalços no caminho brasileiro. Segundo relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), a alta do preço
do petróleo e a desvalorização de
commodities devem frear a expansão vista no comércio global
neste ano. Além disso, sem novos
acordos comerciais, como a Alca,
o país encontrará dificuldades para acessar novos mercados.
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