São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMÉRCIO EXTERIOR

Categoria de produtos responde pela maioria das importações

Compra de insumo é a que mais sobe

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REDAÇÃO

No mês de outubro, quando também se exclui o petróleo, as compras externas que mais cresceram foram de novo as de insumos (19,1%). Além de ter o maior crescimento, essa categoria de produtos é a responsável pela maior parte das importações. No total, as importações cresceram 16% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. O número só não foi maior porque outubro de 2003 teve três dias úteis a mais.
No mês passado houve, no entanto, uma queda de 10% nas compras de bens de capital. O número não preocupa os técnicos do Ministério do Desenvolvimento, pois em outubro do ano passado houve importações de bens de capital acima da média. As importações de automóveis também tiveram uma queda de 33,9% no mesmo período.
Apesar do bom desempenho das importações, as vendas externas brasileiras continuam crescendo num ritmo mais acelerado. Nos primeiros dez meses do ano, o país exportou US$ 79,121 bilhões -31,1% a mais que no mesmo período de 2003. O valor é recorde histórico. As importações, por sua vez, apresentaram um crescimento de 27,4%.
Graças ao bom desempenho das vendas, o superávit comercial está em US$ 28,121 bilhões -outro recorde. A meta é chegar a US$ 32 bilhões até o final do ano, resultado de exportações de US$ 94 bilhões e importações de US$ 62 bilhões.
Caso esses dados provem estar corretos, o Brasil pode aumentar sua participação no comércio global -de cerca de 1% que detinha ao final de 2003 para 1,3%.
Armando Meziat, diretor do Decom (Departamento de Defesa Comercial), não quis fazer nenhuma projeção sobre o desempenho da balança comercial do próximo ano. Afirmou apenas que "existe uma sensação de que os preços (de algumas commodities) não vão se manter". Disse, no entanto, que é cedo para fazer projeções, pois o resultado final depende dos preços e do volume das vendas. O governo espera, porém, um superávit menor que o previsto para este ano.
O ministro Luiz Fernando Furlan faz, publicamente, projeções positivas para o desempenho da balança comercial brasileira para o próximo ano. No início de outubro, por exemplo, ele estimou que as vendas externas podem atingir US$ 100 bilhões no ano que vem.
Haverá, porém, percalços no caminho brasileiro. Segundo relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), a alta do preço do petróleo e a desvalorização de commodities devem frear a expansão vista no comércio global neste ano. Além disso, sem novos acordos comerciais, como a Alca, o país encontrará dificuldades para acessar novos mercados.


Texto Anterior: Importações batem recorde com retomada
Próximo Texto: Saiba mais: Fazenda recebe reclamação de exportadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.