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SALTO NO ESCURO
Valor cai de R$ 0,0085 por kWh para R$ 0,0067; decisão adotada pela Aneel vale desde o início deste mês
Seguro-apagão terá redução de 21,44%
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O valor do seguro antiapagão foi
reduzido em 21,44%. A decisão foi
tomada ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e
vale desde o início deste mês. A
expectativa da agência é que não
haja necessidade de modificar o
valor do seguro até outubro do
ano que vem.
Até outubro, os consumidores
pagaram R$ 0,0085 por kWh
(quilowatt hora). Agora vão pagar
R$ 0,0067. Ou seja, em uma conta
de 500 kWh, o consumidor pagava R$ 4,25 (sem impostos) de seguro e agora pagará R$ 3,35. Consumidores residenciais classificados como baixa renda e todos os
consumidores da maior parte dos
Estados da região Norte (menos
Tocantins) não pagam o seguro.
A Aneel decide o valor do encargo com base nas informações que
recebe da CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial), estatal criada para administrar o seguro.
A estatal informou que, mesmo
com a redução do valor, poderá
cobrir suas despesas, estimadas
em R$ 1,8 bilhão até outubro de
2005. Entre agosto de 2003 (mês
anterior ao último aumento) e julho deste ano, a CBEE arrecadou
R$ 1,94 bilhão. Em julho, a empresa tinha saldo de R$ 227 milhões
após efetuar o pagamento das usinas que compõem o seguro.
Racionamento
O seguro foi instituído em março de 2002 para que o racionamento de energia, que havia começado em junho de 2001, pudesse ser encerrado mais cedo, em fevereiro de 2002, sem risco de falta
de energia.
Foi uma decisão tomada pelo
extinto "Ministério do Apagão"
(Câmara de Gestão da Crise de
Energia Elétrica), na época comandado pelo então ministro-chefe da Casa Civil Pedro Parente.
Desde que começou a ser cobrado, o seguro já havia aumentado
73,47% até ontem. No início, o
custo era de R$ 0,0049 por kWh.
O dinheiro é recolhido dos consumidores pelas distribuidoras,
na conta de luz, com o nome de
Encargo de Capacidade Emergencial. Esse valor é repassado para as 57 usinas termelétricas
emergenciais com capacidade de
gerar aproximadamente 2.000
MW. No ano passado, foi repassado R$ 1,56 bilhão para as usinas.
Os contratos com as usinas acabam no final de 2005.
O valor paga apenas a "disponibilidade" das usinas. Caso haja
necessidade de geração de energia, como em dezembro de 2003
no Nordeste, os consumidores
precisam pagar novo encargo.
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