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EMPRESAS
CVC, braço do banco americano em Cayman, contrata escritório de advocacia para levantar investimentos de Daniel Dantas
Citibank investiga Opportunity no Brasil
DO PAINEL S.A.
O CVC (Citibank Venture Capital) contratou o escritório de
advocacia Mattos Filho para fazer
um levantamento completo de todos os investimentos realizados
pelo Opportunity, de Daniel Dantas, no Brasil. O CVC é o braço do
Citibank com sede nas Ilhas Cayman que cuida dos investimentos
feitos no Brasil em parceria com o
Opportunity.
De acordo com o que a Folha
apurou, essa espécie de auditoria
nas contas do Opportunity pode
ser o primeiro sinal de que as relações entre o Citibank e o banco de
Daniel Dantas hoje não são tão estreitas como no passado recente.
Procurado pela Folha, o Citibank não se pronunciou sobre os
motivos que levaram o banco
americano a fazer um levantamento completo dos investimentos do Opportunity. O trabalho
está sendo coordenado no Brasil
pelo advogado Sérgio Spinelli, da
Mattos, Filho, que, procurado pela Folha, também preferiu não se
pronunciar.
A Folha apurou, no entanto,
que Spinelli não se concentra só
nos números. A pedido do Citibank, ele estaria também investigando as práticas usadas pelo
banco de Dantas em seus negócios e examinando todos os contratos feitos pelo Opportunity.
Na última sexta-feira, em teleconferência, a Folha perguntou,
de Brasília, a Maria Amália Coutrin, diretora do CVC/Opportunity, que estava em São Paulo, e a
Nélio Machado, advogado do Opportunity, que estava no Rio, se
estava em curso algum tipo de levantamento por parte do Citibank a respeito dos negócios que
têm em parceria com o banco
americano. Coutrin respondeu:
"Temos por norma não falar em
nome dos nossos clientes [no caso, o Citibank]".
O estremecimento da relação
com o Citibank pode representar
mais uma grande dor de cabeça
na vida de Daniel Dantas, além do
que ele já enfrenta com a investigação que está sendo conduzida
pela PF para apurar a contratação
da Kroll para espionar a Telecom
Italia.
Outro front
No sábado passado, a Folha noticiou em primeira mão que o investidor norte-americano Peter
Gruber, da Globalvest, entrou no
dia 14 com ação na Suprema Corte do Estado de Nova York contra
o Citibank. Gruber alega perdas
em investimentos que tem em sociedade com o Opportunity e pede indenização de US$ 300 milhões ao Citibank. A ação de Gruber foi a primeira que um sócio de
Dantas move contra o Citibank.
O prazo para o Citibank responder à ação movida pela empresa
de investimentos Globalvest contra o banco expira no dia 24. Segundo um dos advogados da Globalvest, Mark Zancolli, os próximos passos vão depender do teor
da velocidade da defesa a ser apresentada pelo banco.
No entanto o advogado, que representa os interesses do megainvestidor Peter Gruber, afirma que
os argumentos apresentados contra o Citibank são contundentes.
"Estamos confiantes na vitória",
disse Zancolli à Folha.
De acordo com texto da ação,
que foi encaminhada à Suprema
Corte de Nova York em 14 de outubro deste ano, o banco americano e afiliadas autorizadas "perpetraram atos ilegais num esforço
calculado para coagir os autores
da ação [a própria Globalvest e
outros fundos de investimento] e
outros acionistas minoritários de
duas empresas de telecomunicação brasileiras -Telemig e Tele
Norte Celular- a vender as suas
ações para entidades do Citibank
por um preço abaixo do valor de
mercado".
GUILHERME BARROS)
Colaboraram Cíntia Cardoso,
da Reportagem Local, e Andréa
Michael, da Sucursal de Brasília)
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