DA ASSOCIATED PRESS

Afinal a Google Inc. teve alguns efeitos positivos no mercado. As ofertas públicas iniciais (IPO) encerraram uma de suas melhores semanas em algum tempo, com dez companhias que chegaram ao mercado levantando US$ 1,7 bilhão e várias delas tendo valorizações na estréia.
Foi uma semana inesperadamente forte, já que a atitude dos investidores em relação a novas emissões de ações tem sido no máximo morna desde o verão americano. Mas analistas, investidores e acionistas de Wall Street indicaram um motivo improvável para essa recuperação improvável: a Google, que subiu acentuadamente desde sua estréia em agosto.
A IPO da Google parece ter mudado o sentimento geral, segundo Tom Taulli, co-diretor da Oceanus Value Fund em Newport Beach, na Califórnia.
Não deveria ser assim. Desde que a Google se matriculou para abrir seu capital, no início do ano, muitos analistas e banqueiros advertiram que era improvável que isso afetasse o resto do mercado de IPOs.
Para começar, a Google tinha o tipo de reconhecimento de marca que poucas outras empresas na onda de IPOs possuíam. Além disso, estava adotando uma complexa estrutura de leilão para suas ações que a vasta maioria dos outros negócios não usaria em suas próprias IPOs.
Em suma, a Google seria um mundo à parte. Acontece que esse era o mundo da Google, afinal. Depois de vendas bem abaixo da estimativa original de agosto, desde então as ações da Google ganharam mais de 100%, transformando-se numa das ofertas de ações de maior sucesso do ano.
O capital foi vendido a US$ 85 por ação em agosto. Estava a US$ 196,40 no início da tarde de segunda-feira, com alta de US$ 5,76, ou 3%, sobre o mercado de ações Nasdaq.
A Google renovou o interesse geral pelo mercado de ofertas públicas iniciais. Na verdade, analistas creditaram à Google os fortes ganhos no início da semana passada da empresa de comparação de preços na web Shopping.com, cujas ações subiram US$ 0,60 no primeiro dia. O sentimento positivo pelas IPOs permitiu que várias companhias divulgassem lucros em suas estréias na semana passada, com ações de quatro delas -Shopping.com, DreamWorks Animation Inc., Build-A-Bear Workshop Inc. e FoxHollow Technologies Inc.- aumentando mais de 20%.
Na verdade, outubro veio a ser um mês especialmente forte para emissão de ações. As 33 companhias que chegaram ao mercado pela primeira vez representaram o maior número de IPOs em um único mês desde a entrada de 60 empresas em agosto de 2000, segundo a Thomson Financial em Nova York.
Não apenas os negócios estão chegando ao mercado como as companhias emissoras estão captando mais do que esperavam. Nove companhias estavam com preços acima do preço original máximo em outubro, marcando o maior número desses negócios desde setembro de 2000, quando 12 ações tiveram preços acima das estimativas, segundo a Thomson.

Ganho rápido
A Google não pode levar todo o crédito por redespertar o mercado de IPOs. Administradores de fundos tiveram poucos lugares para pôr o dinheiro para trabalhar no atual mercado de ações, que está praticamente estagnado este ano. As IPOs, com sua promessa de pelo menos um ganho rápido em curto prazo, tornaram-se um lugar fácil para melhorar o desempenho. Além disso, muitas companhias, como DreamWorks e Build-A-Bear, representam marcas que teriam se saído bem mesmo que não houvesse uma empresa como a Google para dar um reforço.
"Houve uma série de companhias que as pessoas conhecem e causam excitação", disse Sal Morreale, que acompanha IPOs para a Cantor Fitzgerald LP em Los Angeles.