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Para analistas, pragmatismo deve imperar
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor privado precisa
participar de maneira
mais ativa e coordenada
das discussões relativas à
política comercial do país,
que deve ser pautada por
interesses pragmáticos e
não por questões ideológicas, avaliaram Maria Regina Soares de Lima e Marcos Jank.
"Um equívoco da política externa tem sido o não
trazer a discussão para o
âmbito doméstico, para
que fique claro quais são
os ganhos e as perdas [de
cada opção]", afirmou Lima.
Na opinião de Jank,
além de faltar coordenação com o setor privado, é
necessária maior coordenação dentro do próprio
governo. "Não pode ter
ambigüidades. Vimos nos
últimos três anos um
enorme conflito entre um
grupo do Itamaraty, o
[Luiz Fernando] Furlan
[ministro do Desenvolvimento] e o Roberto Rodrigues [ex-ministro da Agricultura]."
Jank sustentou que a alta média de 21% ao ano nas
exportações desde 2000
não teve nenhuma relação
com políticas comerciais
do governo, mas sim com o
aumento da demanda internacional. Para ele, o
Brasil precisa de acordos
comerciais para ampliar
suas vendas ao exterior e
ter maior crescimento
econômico.
Lima afirmou que há
uma íntima relação entre
política comercial e política industrial e lembrou
que os acordos tratam de
várias questões além das
comerciais. Entre elas, a
regulamentação de compras governamentais, que
os EUA querem que sejam
liberadas nos acordos que
negociam na região.
A abertura do setor de
compras governamentais
significa que empresas estrangeiras poderiam disputar em pé de igualdade
com as brasileiras nas licitações governamentais.
"Isso tem implicações para as empresas brasileiras
nas áreas de saneamento,
construção civil, infra-estrutura", disse.
Daí a necessidade de haver coordenação do governo com todo o setor privado, incluindo os que não
são exportadores, observou Lima.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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